Na manhã dessa terça-feira, 27, crianças da Escola Municipal Antonieta Guamnbardela do município de Itaporanga D’Ajuda vão conhecer, na tela, ‘Pipo e Fifi’, personagens de uma ONG que ensina os pequenos a dizer ‘Não’ aos toques e situações sugestivas para violência sexual. A ação faz parte do projeto ‘Trabalhando a Cidadania pelo Fim das Violências de Gênero’, elaborado pela Coordenação Estadual de Atenção Básica/ DAIS/ Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Núcleo de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes de Trânsito.
“Através de tecnologia leve trabalhamos o tema e estimulamos a autonomia da criança com o ‘Joguinho do Pipo e Fifi'”, disse a coordenadora do Núcleo de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes de Trânsito, Patrícia Lima.
Durante o evento, os técnicos induzem à reflexão de quais são os adultos dentro e fora da família em quem a criança pode confiar. “Pedimos a elas que desenhem dois adultos de confiança, um dentro e o outro fora da família, e apresentem à professora no dia seguinte. A partir daí, a equipe do PSE (Saúde e Educação) assume o compromisso de multiplicar a atividade nas demais escolas”, explicou Patrícia Lima.
Ela informou que a programação deste ano foi voltada para as vítimas. Isso porque as estatísticas mostram que em 85% dos casos de violência sexual, o agressor está na família. Patrícia Lima enfatizou que é preciso agir para coibir esse tipo de violência que no ano passado fez 281 vítimas.
Trabalhando a cidadania
O projeto vem sendo desenvolvido desde o início deste mês como parte da programação pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.
A equipe da SES já passou por São Cristovão, no último dia 30, com público de cerca de 70 crianças, General Maynard para 117 crianças, em Nossa Senhora do Socorro para 62 crianças e por solicitação da gestão municipal de Itabaiana para todos os coordenadores e vários professores da rede municipal de educação. Na semana passada, 20, esteve em Laranjeiras e amanhã estará em Itaporanga, onde é esperado um público de 150 pessoas.
Disque 100
Patrícia Lima destacou que a integralidade do cuidado às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual deverá ser garantida por meio do trabalho construído intersetorialmente realizado pelos órgãos estaduais e municipais que pertencem à Rede de Enfrentamento das Violências.
A coordenadora chamou a atenção para o compromisso de toda a sociedade no enfrentamento à violência e exploração sexual na infância e adolescência. “Digo isto porque cabe a todos nós, cidadãos, proteger todas as crianças e adolescentes prevenindo a violência sexual. Uma vez que haja uma suspeita, por mais superficial que seja, precisamos denunciar usando o DISQUE 100 (denúncia anônima), que gera uma denúncia digital que é encaminhada ao Ministério Público e ao Conselho Tutelar a quem caberá verificar a veracidade da denúncia ou presencialmente nas delegacias, escolas, CREAS, CRAS, Conselho Tutelar em todas as Unidades de Saúde da Atenção Básica e Hospitalar”, informou.
Mais ações da SES
De acordo com Patrícia Lima, a Secretaria de Estado da Saúde, como ente da Rede de Enfrentamento de Combate à Violência e Exploração Sexual, vem desenvolvendo ações para a qualificação e garantia deste atendimento. Para isso, instituiu a Área Técnica de Vigilância e Prevenção de Violência, vinculada à Diretoria de Atenção Integral à Saúde, Coordenação Estadual da Atenção Básica.
Ela acrescentou que a SES realiza, também, capacitações de sensibilização com seus profissionais para notificação compulsória das violências e acolhimento destas vítimas.
“Tem implantado o Serviço de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual, que funciona na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju, aberto 24h, nos sete dias da semana e feriados, composto por equipe multidisciplinar que garante à criança e ao adolescente tratamento preventivo para as doenças sexualmente transmissíveis- DST inclusive a AIDS/HIV, para a gravidez não planejada através da administração da pílula do dia seguinte ou, uma vez a gravidez confirmada, a interrupção prevista em lei”, disse ao acrescentar a importância do Programa Saúde na Escola- PSE, desenvolvido intersetorialmente com a Educação.
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Da Assessoria