Identificar a diferença entre a rede de esgoto e rede de drenagem pluvial é fundamental para garantir a boa utilização de ambas. De responsabilidade da Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, a rede coletora de esgotos domésticos recolhe o esgoto dos imóveis, dando-lhes destinação adequada. Em Aracaju, depois de tratado, o efluente é conduzido via emissários para dispersão nos rios, em distância e profundidade seguras, sem oferecer riscos ao meio ambiente e seguindo parâmetros determinados por legislação ambiental vigente.
Já a rede de drenagem de águas pluviais é um equipamento público instalado e mantido pelas prefeituras municipais. Ele é composto por estruturas de engenharia destinadas ao transporte, retenção e disposição das águas das chuvas, a exemplo dos canais de drenagem e galerias de pequeno, médio e grande porte que cortam a cidade de Aracaju de norte a sul. No sistema de drenagem, a água é coletada através das sarjetas, que conduzem as águas até os pontos de coleta, denominados de bocas-de-lobo. As galerias, mas conhecida como canais de drenagem, são condutos destinados ao transporte das águas captadas nas bocas coletoras até os pontos de lançamento, que são os rios, lagoas e no mar. Na capital sergipana, o órgão responsável pela operação e manutenção da rede de drenagem pluvial é a Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb).
Diferenças à primeira vista
Algumas diferenças entre rede de drenagem e rede coletora de esgoto podem ser facilmente identificadas pela população. As conhecidas bocas de lobo, por exemplo, pertencem à rede de drenagem pluvial, têm formato retangular e situam-se sempre paralelas aos calçamentos de ruas. Os poços de visita (PVs) da rede de drenagem localizam-se no centro das ruas, enquanto os PVs da rede de esgoto ficam mais próximos ao calçamento e possuem a inscrição da Deso. Outra forma de distinguir as duas redes é observar se são feitas em tubos em PVC (rede de esgoto) ou manilhas de concreto (rede de drenagem). Além disso, o diâmetro das tubulações de drenagem são sempre maiores.
Sistema de esgotamento sanitário
As redes de esgoto coletam a água que é descartada pelos domicílios, seja no banho, na limpeza de roupas, de louças ou na descarga do vaso sanitário, isto é, tudo que vai pelo ralo. Nas casas, comércios ou indústrias, ligações com diâmetro pequeno formam as redes coletoras. Estas redes são conectadas aos coletores-tronco (tubulações instaladas ao lado dos córregos), que recebem os esgotos de diversas redes. Periodicamente, um tubo vertical subirá do tubo principal à superfície, formando um posto de visita, coberto por uma tampa de bueiro. Os poços de visita permitem o acesso ao tubo principal para manutenção.
Para ajudar a gravidade a fazer seu trabalho, a estação de tratamento de esgoto geralmente fica localizada em uma área mais baixa, e os tubos principais percorrem o leito e fundo do rio (que seguem naturalmente em declive) em direção à ERQ (Estação de Recuperação de Qualidade), que tem como missão, devolver a água, em boas condições, ao meio ambiente, ou reutilizá-la para fins não potáveis.
O esgoto não tratado contém muitos transmissores de doenças, micro-organismos, resíduos tóxicos e nutrientes que provocam o crescimento de outros tipos de bactérias, vírus ou fungos. Os sistemas de coleta e tratamento de esgotos são importantes para a saúde pública, porque evitam a contaminação e transmissão de doenças, além de preservar o meio ambiente.
“As redes de esgoto são operadas pela Deso, e as redes de drenagem pluvial, são mantidas pela prefeitura. Ligações irregulares de esgoto na rede de drenagem provocam danos graves ao meio ambiente, pois estas redes são projetadas para receber apenas água de chuva e escoam diretamente para o meio ambiente. O esgoto doméstico deve ser lançado nas redes de esgotamento sanitário operadas pela Deso, que será posteriormente tratado e lançado de forma adequada no meio ambiente”, frisou o diretor de Operações da Deso, Sílvio Múcio.
Para garantir o bom funcionamento da rede de esgoto é importante observar mais algumas regras como não jogar lixo no vaso sanitário ou nas caixas de esgoto (resto de comida, papel, absorventes, preservativos, cabelo, plástico, etc); limpar periodicamente a caixa de gordura; não fazer ligação na rede de esgoto para escoar água de chuvas; não descartar óleo de cozinha nem borra de café na pia, pois esses materiais entopem a rede e poluem o meio ambiente.
Perigo na época de chuvas
No período chuvoso, os problemas decorrentes da utilização equivocada dessas redes é potencializado. O lançamento indevido das águas de chuva na rede coletora de esgotos, por exemplo, ocasiona extravasamentos e até o retorno do esgoto às residências e poços de visita. “A rede de esgoto não é dimensionada para receber o grande volume das águas pluviais. Retirar a tampa de um poço de visita durante a inundação de uma rua só vai piorar a situação, pois o esgoto fatalmente transbordará, trazendo grandes riscos à saúde da população”, explica o diretor de Operações da Deso.
Já as ligações de esgoto realizadas clandestinamente na rede de drenagem pluvial provocam danos graves ao meio ambiente, pois descartam inadequadamente o esgoto sem tratamento no meio ambiente, poluindo rios, lagos e o próprio mar. “As ligações irregulares na rede de drenagem acabam contribuindo para que estes equipamentos sejam confundidos com rede de esgoto, mas, mesmos nestes casos, a responsabilidade de manutenção é da prefeitura”, esclarece Múcio.
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Da Assessoria