A luta no combate à Dengue é incansável. Em Sergipe, do mês de janeiro até a primeira semana de abril de 2014, foram notificados 503 casos da doença, com 159 confirmações. No mesmo período de 2013, foram 719 casos notificados e 148 confirmados. Sidney Sá, coordenadora do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde, explica que a mudança de estação e o aumento das chuvas contribuem para o surgimento de novos casos da doença.
“Geralmente, os casos começam a surgir a partir da segunda semana após o início das chuvas e da mudança de clima. Se tivermos o índice alto de vetor, aliado às chuvas frequentes com a presença do sol durante o dia, o risco de aumentarmos o número de notificações e confirmações existe”, salienta.
A coordenadora reforça ainda que a prevenção, o diagnóstico precoce, a ampliação do fluxo de atendimento, a conscientização da população e o esforço de todos os profissionais são fatores que contribuem para que o mosquito Aedes aegypti, o transmissor da Dengue, não se prolifere.
“Tanto a população quanto as Prefeituras devem fazer a sua parte. A participação da população na eliminação dos criadouros do mosquito, principalmente, nas residências e em terrenos baldios, é fundamental para a redução da doença. Já os municípios devem realizar a investigação compulsória dos casos notificados, confirmados e até os óbitos suspeitos por Dengue, através das Vigilâncias Epidemiológicas das Secretarias Municipais de Saúde. É preciso reforçar o trabalho de controle em áreas residenciais e levantamento de casos suspeitos que houver”, afirma Sidney Sá.
Dentre as diversas ações para contribuir no combate à doença está a Brigada Itinerante, um trabalho de parceria entre as Secretarias Estadual e Municipais da Saúde, através da Fundação Estadual de Saúde, com o objetivo de dar todo o suporte necessário para o combate ao vetor transmissor da doença, através da habitual visita às residências e terrenos baldios e aplicação do carro fumacê.
“Somente este ano, a Brigada Itinerante já visitou os municípios de Divina Pastora, Capela, São Domingos, Pedrinhas, Carira, Itabaiana, Aracaju, São Cristóvão, Laranjeiras, Itaporanga D’Ajuda, Salgado, Pinhão e Japaratuba. No mês de maio, intensificaremos as ações em Aracaju,” complementa Sidney Sá.
Dengue no Brasil
Nesta quarta-feira, 23, o Ministério da Saúde divulgou um novo Boletim Epidemiológico que mostra, no país, uma queda nos casos de dengue nos três primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2014, foram 215.169 notificações, o que representa redução de 76,7% quando comparado ao primeiro trimestre do ano passado, quando foram registradas 921.716 notificações.
O número de casos graves da doença também caiu 80% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013, segundo o Ministério. De 1º de janeiro a 5 de abril, foram confirmados 937 casos graves da doença, contra 4.722 em 2013.
Os óbitos pela doença, por sua vez, diminuíram 87% em relação a 2013. No período, foram confirmados 47 óbitos, sendo que, no ano passado, foram 368. Treze estados não registraram óbitos neste período: Rondônia, Acre, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os estados do Amapá, Roraima, Sergipe, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul apresentaram os menores índices de notificação pela doença neste período.
Ainda segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, as cidades com o maior número de casos são Goiânia (GO), 7.878; São Paulo (SP), 7.550; Campinas (SP), 6.611; Luziânia (GO), 5.504; Belo Horizonte (MG), 4.849; Maringá (PR), 4.838; Brasília (DF), 4.532; Aparecida de Goiânia (GO), 3.454; Americana (SP), 3.430 e Taubaté (SP), 2.821. A maioria dos casos graves confirmados está concentrada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Cuidado e atenção
A população deve adotar medidas preventivas e ficar atenta para os possíveis focos dentro de casa. Para diminuir a proliferação do mosquito transmissor da Dengue, é fundamental que as pessoas verifiquem o armazenamento correto de água, o local onde é despejado o lixo e até mesmo a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar possíveis criadouros do mosquito, como pneus velhos, piscinas, lavanderias e caixas d’águas.
“É preciso que os recipientes sejam lavados para evitar o acúmulo do ovo do mosquito, que pode ficar até 450 dias parado, mesmo em local seco. Quando esse local receber água limpa novamente, favorecerá a eclosão do ovo e o mosquito pode atingir a fase adulta em até sete dias”, enfatiza Sidney Sá.
A coordenadora orienta ainda que “a população pode também fazer a sua parte cobrando dos gestores locais a limpeza correta dos ambientes públicos como ruas, canais, praças, lagos artificiais, cemitérios, borracharias e de fazer o recolhimento correto e regular do lixo. As pessoas podem colaborar também não jogando lixo nas ruas, terrenos e canais”.
Sintomas
Os principais sintomas da Dengue são: febre, dores de cabeça, atrás dos olhos, nas articulações e no corpo. Já a Dengue Hemorrágica apresenta os mesmos sintomas da Dengue Clássica acrescida de sangramento, choques ocasionais e pode levar à morte. Quanto à Dengue Grave, as pessoas devem ficar atentas para os sinais de alerta como dor abdominal intensa, desmaio, vômitos frequentes e sangramentos volumosos.
“As pessoas com suspeita de Dengue devem procurar imediatamente uma Unidade Básica de Saúde (UBS), ingerir bastante líquido e nunca usar medicamento sem a orientação de um profissional, principalmente antiinflamatório e aspirina. Após avaliação correta, o paciente pode dar continuidade ao tratamento em casa ou, a depender da necessidade, ir a um hospital para fazer exames e receber hidratação venosa”, finaliza Sidney Sá.
Fonte: Ascom SES