Em Sergipe, pessoas com transtorno mental ou usuárias de álcool e outras drogas contam com 39 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), em 28 municípios, das sete regiões do Estado, para fazer o tratamento de acordo com a necessidade de cada paciente.
Geridos pelos municípios, é um serviço porta aberta que acolhe os usuários que chegam espontaneamente às unidades, ou encaminhados pela Atenção Básica, serviço de urgência dos hospitais ou órgãos intersetoriais de assistência social. No Estado existem seis tipos de CAPS: I, II, III, Álcool e Drogas (AD), AD III e Infantil, sendo que todos aqueles que são tipo III possuem acolhimento 24 horas para usuários já inseridos no serviço.
Os CAPS estão localizados nos seguintes municípios: Aracaju, Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, Itaporanga D’Ajuda, Laranjeiras, Nossa Senhora do Socorro, Maruim, Nossa Senhora das Dores, Lagarto, Riachão do Dantas, Salgado, Tobias Barreto, Poço Verde, Simão Dias, Estância, Itabaianinha, Umbaúba, Boquim, Cristinápolis, Itabaiana, Carira, Nossa Senhora da Glória, Canindé do São Francisco, Aquidabã, Japoatã, Neópolis, Pacatuba e Propriá.
De acordo com a coordenadora de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Sony Petris, qualquer pessoa com transtorno mental ou usuária de álcool e outras drogas pode ser atendida pelo serviço. “A pessoa que procurar um CAPS vai passar pelo acolhimento, onde será iniciado o levantamento de suas necessidades de saúde e depois disso será traçado um plano de cuidado, chamado de projeto terapêutico, que será trabalhado pela equipe multidisciplinar da unidade. Os projetos terapêuticos incluem a participação da família, pois o tratamento não surtirá efeito se o paciente for tratado de forma isolada”, explicou a coordenadora.
A equipe multidisciplinar é composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistente social, terapeuta ocupacional, profissional de educação física, psicopedagogo, entre outros. Além dos profissionais de nível superior, os CAPS contam ainda com auxiliares e técnicos de enfermagem, oficineiros, equipe administrativa, etc.
Avanços na assistência
Os CAPS são equipamentos de tratamento que surgiram após a Reforma Psiquiátrica no Brasil para que o indivíduo seja cuidado próximo à família e da comunidade, sem que perca o vínculo através de longos períodos de internação em hospitais. Além disso, o tratamento feito no CAPS é uma forma de humanizar a assistência à pessoa com transtorno mental ou usuários de álcool e outras drogas.
“As pessoas eram levadas para os hospitais e chegavam a passar vários anos internadas. Quando saíam, voltavam para casa sem o devido acompanhamento e entravam em crise, retornando ao hospital novamente. Isso se tornava um ciclo vicioso e a pessoa perdia completamente seu vínculo com a família e com a comunidade”, explicou Sony Petris.
A coordenadora ainda lembra que a internação hospitalar é utilizada somente durante a crise. “Hoje a proposta do CAPS é fazer o cuidado na comunidade, evitando que esses pacientes precisem ir para o hospital e, dessa forma, se afastarem da família e da comunidade. A última alternativa que se pensa para o tratamento é o internamento em leitos hospitalares”, explicou.
“Em caso de crise, a pessoa com transtorno mental ou usuária de álcool e outras drogas deve ser levada para a urgência do Hospital São José, em Aracaju”, conclui Sony Petris. Além dos CAPS, as pessoas com transtorno mental e usuárias de álcool e outras drogas podem ser acompanhadas na rede de atenção à saúde, com os equipamentos da Atenção Básica, rede de Urgência e Emergência, ambulatórios de Saúde Mental e, se necessário, após a avaliação da equipe de saúde será encaminhado as unidades de acolhimento nas regionais Centro-Sul e Agreste ou comunidades terapêuticas para as demais localidades.
Fonte: Ascom SES