Camila Bomfim e Vianey Bentes, da TV Globo
A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (11) mandados de busca e apreensão na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. Os mandados fazem parte da operação Lava Jato, deflagrada em março, cujo alvo é um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo a polícia, movimentou cerca de R$ 10 bilhões.
Ao todo, nesta sexta, a PF executou 21 mandados de prisão e busca de documentos em cidades dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária, quatro de condução coercitiva (quando o suspeito é levado a depor), e 15 de busca e apreensão de documentos na cidade de São Paulo, Campinas (SP), na cidade do Rio de Janeiro e em Macaé e Niterói (RJ).
O G1 entrou em contato com a Petrobras, mas ainda não obteve retorno sobre a ação da PF na empresa.
A Operação Lava Jato foi deflagrada em 17 de março. Na ocasião, a PF executou mandados em Curitiba e 16 cidades do Paraná, além de cidades em outros seis estados.
O esquema, segundo a polícia, envolve personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil. Um dos líderes da organização criminosa, de acordo com a polícia, é o doleiro Alberto Youssef, preso no dia em que foi deflagrada a operação.
Na última semana, vieram a público notícias da ligação de Youssef com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobas, Paulo Roberto Costa. O ex-diretor foi preso três dias depois de Youssef. Segundo a polícia, quando foi preso, no Rio, Costa estava tentando destruir material que pode ser usado como provas nas investigações.
Carro de luxo
Nesta semana, o Jornal Nacional revelou trecho de depoimento de Costa à Polícia Federal. À PF, o ex-diretor disse que recebeu um carro de luxo do doleiro Alberto Youssef em pagamento por um serviço de consultoria prestado, segundo ele, depois de ter deixado a estatal.
Documentos em posse da Polícia Federal mostram também que Paulo Roberto Costa pode ter recebido depósitos milionários do doleiro na conta de uma de suas empresas, a Costa Global. Um desses documentos é uma planilha de valores que, segundo a Polícia Federal, seria uma contabilidade manual da empresa. São valores em reais, dólar e euro recebidos entre novembro de 2012 e março de 2013.