As condições climáticas e a falta de atenção dos cidadãos no armazenamento de água, durante o mês de março, elevaram o resultado do índice de infestação geral de Aracaju no tocante ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Em janeiro deste ano, os dados apresentados pelo Levantamento de Índice Rápido do Aedes (LIRA) eram de 2,4. Já em março, após pesquisa entre os dias 6 e 14, este número aumentou para 2,9, ainda considerado médio risco ou alerta.
A coordenadora do Programa de Controle da Dengue de Aracaju, Taise Cavalcante, frisou que o desenvolvimento do mosquito continua dentro das casas, onde a falta de atenção da população acaba contribuindo para gerar condições de proliferação. “Dos 41 bairros de Aracaju tivemos quatro classificados em baixo risco (índice satisfatório), 32 bairros em médio risco (alerta) e cinco bairros com a classificação de risco de epidemias, que são: Santa Maria, Cidade Nova, São José, Suissa e Cirurgia. Avaliando o resultado do LIRAa de março observamos que 14 bairros diminuíram o índice de infestação e 27 aumentaram o valor comparando com o resultado de janeiro.”, informou Taíse.
A coordenadora frisa ainda um dado preocupante no combate à dengue: a mania da população em reservar água (em locais ao nível do solo) nas chamadas lavanderias. “Mesmo com uma pequena queda no índice de locais usados pra armazenar água, que passou de 85% para 77,5%, ainda precisamos que a população limpe no mínimo duas vezes por semana esses reservatórios, tudo para evitar a proliferação do mosquito. Depósitos domiciliares (vasos e pratos de plantas, ralos, lajes, sanitários em desuso, etc) ficaram, mais uma vez, com a segunda colocação no quesito depósito de água com larva do mosquito, inclusive apresentando aumento na estatística passando de 15,2% para 16,9%.”, explica Taíse.
Detalhe importante revelado a partir dos dados deste último LIRAa diz respeito ao grande número de focos em entulhos e resíduos sólidos encontrados dentro das casas e nos quintais. As informações revelam que este indicador aumentou 386%, em compensação não foram encontrados focos nos terrenos baldios.
Recomendação
A secretária da Saúde de Aracaju, Leane de Carvalho Machado, enfatiza que o controle da dengue tem que acontecer em conjunto, numa parceria forte entre a Saúde de Aracaju e o cidadão aracajuano. “O compartilhamento de responsabilidades e integração de esforços de todos aracajuanos é a principal arma contra essa doença. Sabemos do perigo da dengue e temos que evitar qualquer chance da doença. Assim, garantimos o atendimento a todos os pacientes com suspeita de dengue nas Unidades Básicas de Saúde, sempre avaliando todos os pacientes seguindo a classificação de risco para prioridade de atendimento e encaminhamento quando necessário para outras Unidades de Saúde, notificando e comunicando imediatamente os casos da doença para a Vigilância Epidemiológica, tudo com o objetivo de dar início às ações de controle do vetor caso sejam necessárias.”, pontua Leane.
Vale frisar ainda que a Saúde de Aracaju garante a hidratação venosa nas Unidades de Saúde da Família, seguindo orientação do Manual de Diagnóstico e Manejo Clínico do Ministério da Saúde. Garante também a realização de exames: hemograma e plaquetas a todos os pacientes com suspeita de dengue para a avaliação e a conduta adequada, além de orientar o paciente e/ou familiares/cuidadores sobre os sinais de alarme, especialmente no primeiro dia do desaparecimento da febre, e orientar sobre o que fazer frente ao surgimento deles.
“Providenciamos visita domiciliar dos agentes comunitários de Saúde para o acompanhamento dos pacientes e familiares e orientamos sobre a limpeza domiciliar de criadouros de Aedes aegypti, sempre encaminhando os casos suspeitos de dengue até o 3º dia da febre para as Unidades Sentinelas de Monitoramento do Município ( Unidades Zona Norte e Zona Sul) pela manhã para a coleta de virologia.”, complementa a diretora de Vigilância em Saúde de Aracaju, Tereza Cristina Maynard.
Fonte: Ascom