A ação de desocupação das famílias do sem teto que invadiram o prédio localizado no centro da cidade, conhecido como Casarão, que estava prevista para ser realizada nas primeiras horas desse domingo (06) foi adiada. A decisão foi tomada pelo comandante da operação, coronel Luiz Fernando, que decidiu suspender os trabalhos por entender não haver condições mínimas de segurança para continuar com a operação.
Logo cedo um aparato policial foi montado na porta do prédio, o Corpo de Bombeiros e o SAMU, além de oito oficiais de justiça, também estiveram presentes no cumprimento da determinação da 11ª Vara Civil. Do outro lado parte das famílias se trancaram no interior do imóvel e outra parte formou um escudo humano para impedir a invasão. Botijões de gás também foram posicionados no portão do prédio.
Outro fator que determinou para o cancelamento da ação foi a não existência de um local apropriado para instalar as famílias. “Assumimos os serviços desde quando os outros órgãos cumpram também a sua parte. Não podemos retirar essas pessoas e simplesmente deixá-las aqui fora, tem que ter um local para colocá-las. Além disso, há um risco eminente de acontecer uma tragédia, pois há crianças, mulheres e portadores de necessidades especiais na entrada do prédio. Outra situação que presenciamos foi botijão de gás e diversos produtos inflamáveis na entrada para impedir o acesso da PM. Eles disseram que não iriam sair porque não havia um local para onde ir. Foi pensando na segurança dessas pessoas que decidimos não realizar a operação e deixar que a Prefeitura cumpra a determinação judicial motivada pela Ação da Defensoria Pública”, esclareceu o coronel Luiz Fernando.
O defensor público e coordenador do Núcleo de Bairros, Alfredo Carlos Nikolaus, disse que representantes da Prefeitura e outros órgãos deveriam estar presentes. “Infelizmente ninguém do município esteve aqui para providenciar um local para abrigar essas pessoas. São mais de 300 famílias em situação de vulnerabilidade social e, é atribuição do município prestar assistência social para os hipossuficientes com local digno e auxílio moradia”, lamentou.
O Casarão foi ocupado pelas mais de 300 famílias sem teto, em maio de 2013, depois que foram retiradas das casas populares construídas no bairro 17 de março.
Com informações do A8SE