Por GloboEsporte.com, em Barcelona, Espanha
Ter a posse da bola significa, principalmente ao Barcelona, não ser atacado. Mas o estilo aperfeiçoado por Pep Guardiola e moldado por Tito Vilanova, Jordi Roura e agora Tata Martino parece não impedir o time de sofrer gols. A defesa, outrora um dos pilares para os títulos, é agora um percalço, especialmente em grandes duelos como o desta terça-feira, contra um Atlético de Madrid à espera de Diego Costa, no Camp Nou, pela ida das quartas de final da Liga dos Campeões. A bola rola às 15h45m (de Brasília) com transmissão da TV Globo e do GloboEsporte.com – o site acompanhará com um pré-jogo a partir das 15h.
O setor é o maior pecado até aqui na temporada 2013/2014. Ainda não foi capaz de tirar o Barça da briga pelos títulos da Champions, Espanhol e Copa do Rei, nem de impedir a conquista da Supercopa Espanhola diante do próprio Atlético, mas o torcedor sabe que num momento de definição os planos poderão ruir. Basta cruzar algumas bolas para a grande área. Com insistência e precisão, as chances de marcar são grandes.
Foi assim que o Barcelona levou os seus dois últimos gols no torneio: Samaras, pelo Celtic, e Kompany, pelo Manchester City, balançaram as redes da equipe catalã e deflagaram uma deficiência para evitar gols pelo alto (veja acima todos os seis gols sofridos na Champions). No Superclássico recente contra o Real Madrid, Benzema aproveitou dos vacilos da zaga e se consagrou.
No “onze ideal”, apenas Piqué e Busquets têm altura considerável e na casa dos 1,90m – o argentino Mascherano, utilizado na defesa, tem 1,75m. Para piorar a situação, o goleiro Victor Valdés, dono de uma das melhores temporadas de sua carreira, lesionou-se com gravidade no joelho esquerdo e só voltará a jogar em sete meses. O inseguro José Manuel Pinto, de 38 anos, será o substituto.
Um dos criticados pela fragilidade do setor, o lateral-direito Daniel Alves se defendeu:
– É uma alegria que falem da defesa e não só de mim, que foi o que aconteceu em cada uma das vezes que perdemos nos últimos três anos. Tentaremos melhorar. Queremos fazer algo diferente dos outros, não queremos ser um time normal, e sim influenciar as crianças. Para ganahr é preciso arriscar. Isso foi o que nos levou ao topo. Se ganhamos somos uma maravilha, e se sofremos gols, somos um desastre.
Diego Costa: dentro ou fora?
O Barcelona poderá receber uma grande ajuda externa. Diego Costa é dúvida para a partida e só terá sua escalação confirmada ou não minutos antes de a bola rolar. O brasileiro naturalizado espanhol é o artilheiro do Atlético de Madrid na Liga dos Campeões, com sete gols, e vice-artilheiro do Espanhol, com 25, três a menos que Cristiano Ronaldo, do Real Madrid – o português soma 13 gols na Champions. Naturalmente, se a lesão no joelho esquerdo falar mais alto será motivo de alívio por parte dos catalães.
A defesa do Atlético já está preocupada. Na teoria. Encontrará do outro lado Lionel Messi, Neymar, Andrés Iniesta, Xavi e outros tantos nomes capazes de causarem calafrios. Mas na prática, até aqui, Miranda, Filipe Luis, Courtois e companhia se saíram bem nos confrontos diretos contra o Barcelona: foram três empates na temporada, dois deles por 0 a 0 – outro por 1 a 1. O técnico Diego Simeone acredita que o próximo duelo será o pior deles.
– De todos os que nos enfrentamos este será o mais difícil. No primeiro jogamos em casa e no terceiro Messi estava voltando de lesão. Agora vamos ter pela frente o melhor Barcelona. Vão querer decidir aqui – disse o argentino, em sua entrevista coletiva no Camp Nou.