por Gabriel Damásio, Jornal do Dia
Um homem com problemas mentais cometeu ontem à tarde um crime que chocou a população de Canindé do São Francisco (Sertão). Por volta das 13h, Marconde José de Oliveira, 39 anos, matou o próprio irmão, José Edvaldson de Oliveira Junior, 10 anos, com vários golpes de facão. A tragédia aconteceu na própria casa da família, no bairro Mutirão, periferia da cidade sertaneja. Marconde foi denunciado pelos outros irmãos e preso em flagrante por soldados do 4º Batalhão da Polícia Militar (4º BPM).
Segundo as informações iniciais, Edvaldson voltava da escola e chegou em casa fazendo algazarra, gritando e fazendo brincadeiras. Familiares relataram que esta prática era comum ao menino, tido como um menino alegre. De repente, Marconde teve um acesso de fúria e, ao sair do quarto onde estava, armou-se com um facão e atacou o irmão, como se estivesse dando uma surra. O resultado, no entanto foi muito violento. Um dos braços do garoto foi praticamente decepado, uma das pernas foi quebrada e vários cortes profundos foram deixados na cabeça, nas costas e em outras partes do corpo.
A gritaria chamou a atenção dos vizinhos e dos outros familiares, que imediatamente chamaram a polícia e tentaram socorrer o garoto. Marconde ainda tentou escapar da casa, ainda transtornado, mas foi detido pelos PMs que chegaram rapidamente à casa. Enquanto o acusado era levado à Delegacia de Canindé, Edvaldson era conduzido às pressas ao Hospital Regional da cidade, onde os médicos tentaram estabilizá-lo a todo custo. Devido ao estado gravíssimo do paciente, uma equipe de suporte avançado do Samu e até o helicóptero do Grupamento Tático Aéreo da SSP (GTA) chegou a ser acionado para transferi-lo até Aracaju. No entanto, o estudante morreu antes da chegada da aeronave.
A família dos irmãos envolvidos ficou bastante abalada com a tragédia. Segundo a Polícia Militar, Marconde já tinha problemas mentais há muitos anos e chegou a passar um tempo internado no Manicômio Judiciário (atual Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico). No entanto, a existência de tais problemas ainda será apurada, através de uma perícia a ser pedida pelo delegado que investigará o caso. “A polícia vai investigar o caso e acredita-se que ele acabou surtando, mas caberá à Policia Civil a apuração sobre a condição mental do autor do homicídio”, diz o tenente-coronel Paulo César Paiva, chefe de relações públicas da PM.