“De tudo ao meu amor serei atento. Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto, que mesmo em face do maior encanto, dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento, e em seu louvor hei de espalhar meu canto, e rir meu riso e derramar meu pranto, ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure, quem sabe a morte, angústia de quem vive. Quem sabe a solidão, fim de quem ama. Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”
Inspirado pelo Soneto da Fidelidade, do poetinha Vinícius de Morais, me pego a imaginar que se Aracaju fosse um corpo seu coração seria a periferia, a pulsação dos sentimentos dos mais carentes. A Atalaia, e toda a extensão de praia que vai até o Mosqueiro, seria o sangue. O rio Sergipe a artéria Aorta. O trabalho do coração seria bombear os bons ventos das nossas praias por todos os bairros, fluindo por todas as veias, grandes e pequenas ruas, oxigenando a tudo e a todos, levando vida fraterna e igualitária para cada recanto.
Ah, minha amada Aracaju do Santos Dumont, do 18, da Soledade, Santo Antônio, Jetimana, Bugio, Pau-ferro, quantas e quantas vezes nos momentos mais difíceis, quando tudo parecia perdido, foi de ti que recebi a vibração, o afago e o ânimo que me diziam siga em frente, sim, vale a pena seguir em frente.
Sinto o movimento de cada rua de nossa capital pulsando em minhas veias como se fosse o meu próprio sangue, sangue do meu sangue. E me reconheço em cada rosto, em cada sorriso de gratidão ou esperança, em cada olhar de amor antigo ou flerte frugal, carne da minha carne, gente, minha gente.
Se hoje estou governador foi primeiramente por ti, minha adorável pequena, para que pudéssemos ir em todos os cantos do nosso estado levar a nossa experiência, o ato de fazer o bem para quem mais necessita, expandindo o trabalho do nosso coração.
Meu benfazejo bemquerer.
Se um tanto de suor meu derramado foi para te ajudar a ser quem hoje és, jardim florido que encanta e maravilha a todos, foi deste suor que extraí o sal da minha existência.
E se lágrimas houveram, e não foram poucas, o que poderia se esperar de um amor, de um incomensurável amor, senão também a existência de lágrimas? E se essas assim correram, foram logo suplantadas pelo infalível mar de sorrisos, beijos e abraços que sempre me inunda por onde quer que passo.
Por tanto amor, como não se sentir renovado, entusiasmado e feliz ao te ver completar 159 anos? Feliz aniversário, Aracaju.
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Jackson Barreto
Governador de Sergipe