As instituições financeiras do Brasil tiveram um prejuízo de R$ 1,4 bilhão no ano de 2012, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Os dados foram revelados na tarde desta quinta-feira, 13, durante a palestra “Os desafios da Segurança Pública na Repressão a Crimes Cibernéticos” ministrada pelo delegado titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos de Sergipe, Alessandro Vieira, durante a 38ª Edição do Conselho de Segurança Pública do Nordeste (CONSENE).
A título de comparação, Alessandro ressaltou que no mesmo período de 2012 os bancos tiveram um prejuízo de R$ 80 milhões causado pelos roubos às agências. “A diferença é que 90% dos ladrões de banco são presos ou mortos em confronto com a polícia, além de uma grande parte do dinheiro roubado ser recuperado. Já os criminosos do mundo virtual menos de 5% são presos”, explicou.
Segundo o delegado, há uma tendência forte de criminosos comuns migrarem para o mundo virtual. No mundo financeiro, por exemplo, o delegado não tem dúvida de que esta tendência já é realidade. “De cada R$ 100 desviados de um banco R$ 95,00 são pela internet”, argumentou. No entanto, com o crescimento das redes sociais uma série de crimes tem perturbado a segurança pública de todo o país.
“Quem nunca ouviu falar do grupo Anonymous e dos famosos vídeos do youtube que ensinam como fazer artefatos explosivos ou ainda de páginas abertas do facebook, pregando uma série de incitações ao crime”, questiona. Para o delegado, é diante deste cenário que reside o maior desafio da polícia. “Precisamos encontrar uma forma de punir essas pessoas que incitam à violência o tempo todo”.
O delegado mencionou que a polícia brasileira está muito atrasada nesse quesito, mas comentou da experiência exitosa de Sergipe que conseguiu firmar importantes parcerias com o Banese e a Universidade Federal de Sergipe a fim de aprimorar a questão.
Pacto regional
Após o delegado sergipano relatar o impacto do crime virtual no mundo real e como tal situação afeta o trabalho das polícias, o presidente do CONSENE, Eduardo Tavares Mendes, conclamou os conselheiros a formar um pacto para aprimorar as discussões sobre o tema no Nordeste. Uma comissão foi formada pela superintendente da Polícia Civil de Sergipe, Katarina Feitoza, o Chefe geral-adjunto da Polícia Civil de Pernambuco, Romano Costa, e o delegado Alessandro Vieira.
Os três deverão se reunir nos próximos dias para discutir o tema com profundidade. “Esse tema deve servir de reflexão, sobretudo em virtude da aproximação da Copa do Mundo. Quero convidar o senhor Alessandro Vieira para na próxima reunião do Consene, em Maceió, em maio, aprofundar as discussões. Com esta palestra, o presidente Eduardo Tavares encerrou as atividades técnicas ao tempo que convidou os presentes para o encerramento oficial do evento às 19h.
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Da SSP/SE