O pré-caju tem um poder enorme em todo o Estado de Sergipe, inclusive em todas as instituições públicas do Estado, eu não vou nem alegar o entendimento do TCU, que considerou a prévia carnavalesca como festa privada.
É inegável que essa festa leva o nome do Estado de Sergipe além fronteiras e que o povo gosta. Sem dúvida é um acontecimento, e o nosso Estado é carente na área do turismo, pouco exploramos nosso potencial.
Particularmente gosto da festa, embora discorde do local de sua realização, mas não posso considerar uma festa pública um ambiente que até o que vou beber é de escolha da diretoria da ASBT.
Porém o que mais me afeta em relação ao pré-caju, é a utilização da tropa policial militar, é claro que a PM tem que está presente, afinal a aglomeração de pessoas é enorme, mas o que deixa chateado é a forma como somos utilizados, como aceitar passivamente ser escalado contra a própria vontade para trabalhar em um evento quando, estamos em férias, em gozo de licença ou na folga?
A questão da gratificação que é incompatível com o nosso trabalho nem é tão importante, a importância está em ser um cidadão vivendo num estado democrático de direito, o mesmo direito que temos a obrigação de garantir ao povo sergipano, sendo assim a escalas para o evento deveria ser voluntária, e o policiamento ordinário daria suporte naturalmente serviço que já realizamos.
Mas os interesses são tantos em torno dessa festa que ninguém ou nenhum poder, da à mínima para a nossa situação, acham normal seres humanos que já deram sua etapa de trabalho para a população, ter que trabalhar mesmo sem querer, estando de férias, de licença ou de folga, não sei se o empenho seria o mesmo em caso de catástrofe, tenho certeza que nesse caso, todo policial ou bombeiro militar vestiria a farda sem mesmo precisar de chamamento.
Também não posso esquecer os processos que a tropa já enfrentou por causa do pré-caju, aliás, o pré-caju tem o poder de mudar até o regulamento disciplinar da PM, se um policial faltar ao serviço durante a visita do PAPA, ele responde por transgressão disciplinar, é o que diz o regulamento, mas se faltar o pré-caju, vai parar na justiça militar denunciado por crime, foi o que aconteceu em 2012.
Realmente é uma festa poderosa, capaz de mudar pensamentos e ideais, mas também de despertar a indignação de quem não aceita ter o seu livre arbítrio confrontado.
Fique com Deus, abraço.
Edgard Menezes ( cidadão brasileiro)