Redação/Veja.com
O Papa Francisco anunciou neste domingo, durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano, os nomes de dezenove novos cardeais. Entre eles está o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, de 63 anos. A cerimônia oficial de nomeação está prevista para 22 de fevereiro. Após anunciar o nome de Dom Orani, o pontífice comentou: “São tantos brasileiros, não?”, em referência ao público presente na Praça de São Pedro.
Segundo a Arquidiocese do Rio de Janeiro, quando foi feito o anúncio, Dom Orani estava nos estúdios da TV Brasil, onde celebrava uma missa ao vivo. Em entrevista aos veículos de comunicação da Arquidiocese, Dom Orani afirmou que a nomeação é uma graça e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade: “Em minha indignidade tenho certeza que a graça de Deus não me faltará para poder bem servir a Igreja nessa dimensão universal que é a dimensão do cardinalato. Peço a todos que continuem rezando por mim para que possa continuar servindo a Deus e à Igreja, como tenho servido até hoje, mas agora com essa responsabilidade maior, que se une às que já desenvolvo”.
Dos cardeias nomeados por Francisco, Dom Orani faz parte do grupo de 16, com menos de 80 anos e com poder de voto na escolha do sucessor de Francisco. Nesse grupo ingressam também: Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo de Managuá (Nicarágua), Mario Aurelio Poli, arcebispo de Buenos Aires (Argentina), Ricardo Ezzati Andrello, arcebispo de Santiago (Chile) e Chibly Langlois, bispo de Les Cayes (Haiti).
Na Europa: Pietro Parolin, Secretário de Estado, Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, Beniamino Stella, Prefeito da Congregação para o Clero, Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia (todos da Itália), Gerhard Ludwig Müller, arcebispo emérito de Regensburg, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (Alemanha) e Vincent Nichols, arcebispo de Westminster (Grã-Bretanha).
No Canadá: Gérald Cyprien Lacroix, arcebispo de Québec.
Na África: Jean-Pierre Kutwa, arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim) e Philippe Nakellentuba Ouédraogo, arcebispo de Ouagadougou (Burkina Faso).
Na Ásia: Andrew Yeom Soo-jung, arcebispo de Seul (Coreia do Sul) e Orlando B. Quevedo, arcebispo de Cotabato (Filipinas).
Os outros três cardeais eméritos, com mais de 80 anos e sem poder de voto em caso de conclave para eleger um novo pontífice, são: Loris Francesco Capovilla, arcebispo de Mesembria (Itália), Fernando Sebastián Aguilar, arcebispo de Pamplona (Espanha) e Kelvin Edward Felix, arcebispo de Castries (República Dominicana).
Função dos cardeais – Todos os cardeais foram convocados para uma reunião, entre 20 e 21 de fevereiro, para “refletir sobre o tema da família”. Ao anunciar os nomes, o Papa Francisco recordou que, na sua diversidade de origens, os novos cardeais “representam a profunda relação eclesial entre a Igreja de Roma e as outras Igrejas dispersas pelo mundo”. Ele também pediu orações pelos novos cardeais, “para que, revestidos das virtudes e dos sentimentos do Senhor Jesus, possam ajudar mais eficazmente o Bispo de Roma no seu serviço à Igreja universal”.
Os cardeais têm a função de ajudar o pontífice em questões da Cúria Romana ou em seus ministérios nas igrejas locais. São eles que, reunidos em conclave, elegem os novos papas. O limite de idade para participar desta eleição é 80 anos. Com Dom Orani, o Brasil terá dez cardeais em atividade, cinco deles com poder de voto. Além do novo cardeal, a lista é composta por Dom Paulo Evaristo Arns, de São Paulo, Dom Serafim Fernandes de Araújo, de Belo Horizonte, Dom José Freire Falcão, de Brasília, Dom Eusébio Oscar Scheid, do Rio de Janeiro; Dom Geraldo Majella Agnelo, de Salvador, Dom Cláudio Hummes, de São Paulo, Dom Raymundo Damasceno Assis, de Aparecida, Dom João Braz de Aviz, de Brasília, e Dom Odilo Pedro Scherer, de São Paulo.
Essa é a primeira lista de nomeados ao Colégio Cardinalício feita no pontificado de Jorge Bergoglio. A última assembleia-geral da Igreja ocorreu em 24 de novembro de 2012, quando Bento XVI indicou seis cardeais.
No conclave que elegeu o Papa Francisco, participaram 115 “príncipes da Igreja”, como são chamados: 60 europeus (28 italianos), 19 latino-americanos, 14 norte-americanos, 11 africanos, 10 asiáticos e um australiano.