João Pedro Pitombo, Folha Poder – Salvador
Disposto a marchar com a oposição nas próximas eleições, o vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima (PMDB), cobrou nesta quinta-feira (26) a publicação de sua exoneração no “Diário Oficial da União”.
No Twitter, Geddel fez um apelo direto à presidente Dilma Rousseff: “Cara Presidenta Dilma, por gentileza, determine publicação minha exoneração função q ocupo, e cujo pedido ja se encontra nas mãos de V Excia (sic)”.
A assessoria de imprensa da Casa Civil informou que não foi protocolada no ministério nenhuma carta de demissão do vice-presidente da Caixa.
À Folha o peemedebista afirma que entregou sua carta de demissão ao vice-presidente Michel Temer em 30 de setembro e que este teria encaminhado o pedido diretamente à presidente da República.
“Entreguei ao Michel [Temer] porque foi ele que me convidou para o cargo. Achei que seria o lógico, já que em nenhum momento tratei do assunto com a presidente”, afirmou Geddel.
O peemedebista disse que vai encaminhar nova carta, desta vez à Casa Civil, reiterando o pedido: “Não há polêmica ou mal-estar. Só quero que a exoneração saia ainda neste final de ano”.
O cargo de vice-presidente da Caixa Econômica é de confiança, o que faz com que a exoneração dependa exclusivamente de um despacho da presidente da República.
OPOSIÇÃO
Um dos aliados mais próximos ao vice-presidente Michel Temer (PMDB), Geddel foi ministro da Integração Nacional do governo Lula entre 2007 e 2010, quando deixou o cargo para disputar o governo da Bahia pela primeira vez.
Enfrentou nas urnas o governador Jaques Wagner (PT), que acabou sendo reeleito no primeiro turno. Na ocasião, apoiou a eleição da presidente Dilma Rousseff -só que Dilma e o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, apoiaram abertamente o candidato petista ao governo baiano.
Em 2012, Geddel aliou-se localmente ao prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sendo peça fundamental para a vitória dele no segundo turno das eleições para a prefeitura.
Desde então, o peemdebista negocia com DEM e PSDB a formação de uma chapa única para enfrentar Rui Costa (PT), candidato ao governo de Jaques Wagner.
O peemedebista também admite que deverá apoiar um dos candidatos da oposição à Presidência.