Por Richard Souza e Thiago Correia, no Rio de Janeiro
Prédio do Superior de Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Rua da Ajuda, Centro do Rio, 19h. Torcedores do Flu espremidos gritavam, eufóricos, “Nense! Nense! Nense!”. Torcedores da Lusa, que chegaram em dois ônibus no meio da tarde, não escondiam a decepção. Alguns choravam, outros procuravam palavras de consolo. Parecia uma final de campeonato o julgamento que puniu a Portuguesa de Desportos com a perda de quatro pontos pela escalação irregular de Héverton e devolveu o Fluminense à Série A do Campeonato Brasileiro.
Os gritos dos tricolores já eram ouvidos de dentro do Tribunal antes e durante o julgamento, numa tarde movimentada no Centro do Rio em que, além dos torcedores do Flu e da Lusa, rubro-negros e vascaínos transformaram, de forma bem-humorada, a tradicional rua estreita em pedaço de Maracanã.
O bom humor, com direito a tapetão estendido por tricolores, imperou antes do julgamento de Lusa e Fla por terem utilizado Héverton e André Santos – respectivamente – de forma irregular, Os torcedores adversários do Fluminense não perdoavam.
– Terceira, time de terceira! – gritavam.
Os tricolores nem ligavam. Cerca de dez estavam com um belo tapete estendido e um cartaz questionando: “Tapetão? 1996, 00 e 13”, fazendo alusão aos dois primeiros anos em que o Flu escapou de rebaixamento por problemas extracampo (em 1996, foi o caso Ivens Mendes de arbitragem, e no de 2000, o de Sandro Hiroshi) e ao atual. Em outro cartaz tricolor, havia a inscrição: “Justiça acima de tudo”, e uma frase “o balão subiu”.
Bem ali por perto, um torcedor vascaíno resolveu brincar com a situação. Aproximou-se de uma vovó tricolor e brincou:
– Pô, joga a Segunda com a gente – disse o vascaíno, brincando com o próprio rebaixamento, sem saber ainda que seu clube não terá, na próxima temporada, a companhia dos tricolores na Série B.