Por Flávio Dilascio, Globo Esporte, em Maringá (PR)
Falcão esteve perto de repetir o feito de 2011 e marcar o gol do título do Grand Prix. Assim como na última edição do torneio, o camisa 12 brasileiro fez 3 a 2 sobre a mesma Rússia na prorrogação, mas um gol do brasileiro naturalizado Eder Lima, um pouco depois, levou a decisão às penalidades – Rodrigo e Fernandinho marcaram para a seleção canarinho no tempo normal (2 a 2), com Cirilo (também brasileiro) e Eder Lima balançando a rede para os russos. Nos pênaltis, brilhou a estrela do goleiro Djony, que entrou no lugar de Guitta para defender a cobrança de Fakhrutdinov e ajudar o Brasil a vencer a disputa por 4 a 2. Foi o sétimo título brasileiro em oito edições do Grand Prix.
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– Eu queria agradecer a Deus. A estrela que ele me deu, isso não tem preço. Eu amo isso aqui e faço por amor – afirmou Falcão para as câmeras da TV Globo logo após o gol na prorrrogação.
Gol-relâmpago e virada russa
Empurrado pela torcida, que lotou o ginásio Chico Neto, em Maringá (PR), o Brasil abriu o placar com menos de um minuto de bola rolando. Em cobrança de falta da intermediária, Rodrigo bateu rasteiro, e Gustavo aceitou. Segundos depois, o time canarinho teve uma grande chance para ampliar, quando Dyego arrancou sozinho e finalizou com uma cavadinha. A bola foi para fora.
No contragolpe, o time visitante esteve perto de marcar o terceiro, com Rômulo, aos 14. Guitta saiu da meta para cortar de carrinho.
Refeita do susto, a Rússia – que além de Cirilo e Eder Lima tinha outros dois brasileiros naturalizados (Rômulo e o goleiro Gustavo) – começou a se soltar em quadra. Aos quatro, Cirilo chutou no canto, e Guitta foi buscar. Dois minutos depois, Eder Lima avançou pelo meio e dividiu com o goleiro. A bola sobrou limpa para Fakhrutdinov, que mandou por cima do gol. Aos sete, os russos chegaram ao empate. Após passe do artilheiro Milovanov, Cirilo ficou livre para desviar para a rede.
Com o placar igual, a Rússia se encheu de confiança e foi buscar o segundo gol aos 11, quando Eder Lima dominou dentro da área e tirou a bola do alcance de Guitta com um toque de categoria: 2 a 1. Após pedido de tempo do técnico Ney Pereira, o Brasil voltou a ameaçar o rival em uma finalização de Sinoê da entrada da área. Gustavo voou no canto para fazer grande defesa.
Aos 17, os russos operaram um verdadeiro milagre para evitar o empate do Brasil. Em jogada de falta ensaiada, Rodrigo tocou para Dyego, que serviu Lukaian. Sem marcação, o pivô do Corinthians tocou para o gol, e Fakhrutdinov salvou em cima da linha. Na volta, Lukaian chutou de novo, e Shayakhmetov tirou de carrinho. Com o limite de faltas estourado, a Rússia se encolheu nos instantes finais da primeira etapa. A um segundo fim, o árbitro expulsou Milovanov em jogada isolada, desfalcando os russos de um dos seus principais jogadores para a segunda etapa.
Novo gol-relâmpago sela empate brasileiro
Motivada, a seleção brasileira não demorou a conseguir o seu segundo gol. Quinze segundos depois da volta do intervalo, Bateria cruzou para Fernandinho, que estufou a rede. Aos dois, Bateria fez boa jogada pela direita e bateu cruzado. Gustavo espalmou pela lateral. Aos poucos, a Rússia foi conseguindo reduzir o ímpeto brasileiro na base da posse de bola. O time canarinho só voltou a finalizar aos sete, com Bateria. A bola foi pela linha de fundo.
Um minuto depois, Guitta saiu jogando errado, e a bola chegou a Cirilo, que chutou para fora. Na base do lançamento longo, o Brasil chegou com perigo aos 11, quando Rodrigo achou Fernandinho na frente, e o ala/pivô concluiu para a defesa de Gustavo. O jogo ficou mais aberto nos instantes finais, com as duas equipes procurando o gol do título. Aos 18, Falcão aplicou um chapéu em Shayakhmetov, levantando a torcida. Segundos depois, Leco arriscou de longe, Gustavo desviou, e a bola ainda tocou na trave antes de sair.
A um minuto do fim, Daniel chutou cruzado, rente à trave. Segundos depois, Falcão teve ótima chance, ao dominar na entrada da área. Ele finalizou de pé esquerdo, e a bola caprichosamente saiu pela linha de fundo. Na última chance do tempo normal, Falcão bateu de longe e Gustavo tirou com um tapinha.
Falcão marca na prorrogação, mas Eder Lima empata
Com cinco faltas contra duas do rival, o Brasil foi para a prorrogação sem poder cometer infrações. Aos dois minutos, Eder Lima limpou a marcação e finalizou de pé direito. Guitta se esticou todo para espalmar. O time verde-amarelo respondeu no minuto seguinte, com Leco, travado por Shisterov no momento do chute. A um minuto do intervalo, brilhou a estrela de Falcão. Após receber na frente, ele tirou a bola de Gustavo e fez 3 a 2.
A Rússia voltou para o segundo tempo com Pereverzev como goleiro-linha. Aos dois, Guitta apareceu para evitar o empate em tentativa de longe de Eder Lima. De tanto insistir, o brasileiro naturalizado russo conseguiu levar a sua seleção ao empate, em lance de oportunismo, aos três. O Brasil não se abateu e continuou procurando o gol do título. Aos quatro, Rodrigo desperdiçou chance dentro da área adversária, e a decisão foi para os pênaltis.
Ney Pereira recorreu então ao reserva Djony, que brilhou na decisão ao defender a cobrança de Fakhrutdinov – Eder Lima perdeu outra penalidade dos russos batendo por cima. Mais eficiente, o Brasil, que desperdiçou uma com Rodrigo, venceu por 4 a 2, gols de Fernandinho, Dyego, Falcão e Daniel.
Escalações:
Brasil: Guitta, Rodrigo, Daniel, Dyego e Sinoê. Entraram: Leco, Fernandinho, Falcão, Lukaian e Bateria. Técnico: Ney Pereira.
Rússia: Gustavo, Pereverzev, Rômulo, Milovanov e Cirilo. Entraram: Shayakhmetov, Shisterov, Fakhrutdinov, Eder Lima e Antoshkin. Técnico: Sergey Skorovich.
Irã vence o Paraguai e fica em terceiro
Na disputa do terceiro lugar do Grand Prix, o Irã levou a melhor sobre o Paraguai, derrotando o rival por 6 a 2. O grande destaque da partida foi o iraniano Bahadori, autor de quatro gols. Completaram o placar Asghari Moghadam e Fakhim, com Richard Mendoza e Gabriel Ayala descontando para os paraguaios.