Do G1 SE
Integrantes do Movimento Sem Terra (MST), ocuparam nesta terça-feira(15), parte de uma fazenda que produz grama no Platô de Neópolis, região do Baixo São Francisco.
O protesto que durou mais de oito horas foi um ato simbólico do movimento em favor da reforma agrária no estado. Os manifestantes pedem que as famílias sejam assentadas no local e o fim da produção de gêneros não alimentícios.
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O que motivou o protesto das famílias ligadas ao Movimento Sem Terra foi a substituição de cultivo na área do Platô em Neópolis. Já que lotes onde antes eram cultivadas frutas hoje estão sendo plantadas cana-de-açúcar, grama e eucalipto.
“O povo não come grama, nem eucalipto e nem come cana. Nós estamos dizendo aqui que o papel dos projetos governamentais seriam priorizar a produção de alimentos”, disse o coordenador estadual do MST, Gileno Damacena.
Os representantes do Movimento defendem que a área cedida pelo governo do estado a empresas para a produção de fruticultura irrigada seja destinada ao assentamento de famílias acampadas na região.“Temos aqui em média mil famílias acampadas na região há quase dez anos que querem um pedacinho de terra para plantar”, disse o integrante do MST Petrônio Silva.
O dia de protesto causou prejuízos à produção da propriedade. Segundo o gerente, muitos funcionários ficaram sem trabalhar. “Lamentamos o ocorrido. Estamos tomando as providências cabíveis para preservar nossos direitos”,disse Weberson Araújo.
De acordo com a Administração da Ascondir, entidade que representa os empresários do Platô, no contrato feito entre as empresas e o estado não há limitação do tipo de cultivo na área ou qualquer proibição para a produção de eucalipto ou grama.
Henrique Brandão Menezes, presidente da Associação informou ainda, que a área é produtiva e gera empregos para cerca de 5 mil pessoas.