A manifestação pública em frente ao prédio do CENAM, a partir das 7h da manhã da próxima segunda-feira, 23/09, é a primeira atividade da greve geral por tempo indeterminado, decretada pelos assistentes sociais da Fundação Renascer. Como a paralisação realizada pela categoria no dia 09/09 não surtiu efeito, pois a Secretaria de Estado de Inclusão e Desenvolvimento Social (SEIDS) sequer se pronunciou sobre o assunto, os profissionais do Serviço Social optaram pela greve como recurso legítimo dos trabalhadores para fazer avançar as negociações por reajuste salarial digno e condições mínimas de trabalho.
Os assistentes sociais da Fundação Renascer cobram da SEIDS a extensão aos orientadores sociais do Serviço Social à forma de cálculo da Gratificação por Atividade Socioeducativa – GEASE, aplicada aos agentes de segurança de medidas socioeducativas; incorporação da GEASE ao salário base do Orientador Social/Assistente social; e implantação de Plano de Carreira, Cargos e Salários – PCCV específico para a Fundação Renascer do Estado de Sergipe, tendo em vista a sua autonomia administrativa e financeira, a exemplo de outras fundações locais e nacionais, que possuem PCCV próprios.
MUDANÇAS URGENTES
O movimento dos trabalhadores da Fundação Renascer por condições de trabalho e melhorias salariais já dura mais de 45 dias, tendo iniciado com a greve dos agentes de segurança e medidas socioeducativas comandada pelo sindicato da categoria, o SINDAS.
Na última semana, a fuga de dois adolescentes do CENAM e a grave agressão cometida contra um agente de segurança e medida socioeducativa teve grande repercussão na mídia sergipana e deixou trabalhadores da unidade abalados. A assembleia do SINDAS marcada para a quinta-feira passada 19/09 chegou a ser cancelada, pois a saúde do agente ferido foi o principal foco de preocupação da categoria e demais colegas da Fundação Renascer.
O presidente do SINDAS, Sidney Guarani, questionou a ineficiência do serviço terceirizado de monitoração com câmeras nas unidades que não foi suficiente para identificar a presença de celulares, drogas e a cerra usada para cortar as barras de ferro das grades da unidade de internação.
“Precisamos de uma resposta urgente da SEIDS que até agora não apresentou nenhuma proposta para sairmos da greve. Apenas 80% dos trabalhadores estão trabalhando e mesmo com 100% do efetivo não temos o mínimo estabelecido para garantir segurança nas unidades. Estender uma greve que já vai no 45º dia não é bom para os trabalhadores, não é bom para os adolescentes, não é bom para a sociedade”, alertou.