Marina Fontenele, do G1 SE
O primeiro dia de greve nacional dos bancários, iniciada nesta quinta-feira (19), teve adesão de 90% da categoria em Sergipe. A paralisação por tempo indeterminado é uma reação dos trabalhadores à contraproposta dos banqueiros de 6,1% de reajuste quando o pedido foi de 11,93%, o que representa um ganho real de cerca de 5% mais a inflação do período que é de 6,6%.
“A pauta da categoria foi entregue dia 30 de julho e a última rodada de negociação com os bancos foi em 5 de setembro quando eles apresentaram uma proposta indecente que não cobre nem a inflação do período. Os banqueiros alegam que não podem pagar mais que 6,1%, mas se eles não podem pagar um salário digno ao trabalhador, quem mais vai poder? Eles são os grandes detentores de lucros no país”, argumenta José Sousa, presidente do Sindicato dos Bancários do Estado de Sergipe (Seeb).
O aposentado Manoel Messias Quirino de Melo foi pego de surpresa com a greve iniciada nesta quinta-feira (19), mas conseguiu resolver tudo no caixa eletrônico assim como orientam os bancários principalmente para este período. “A sorte é que a greve caiu no meio do mês, a população vai sentir o problema ser maior quando chegar outubro junto com as novas contas”, afirma.
Com a greve dos Correios a tendência é que as correspondências cheguem após o vencimento, por isso o consumidor deve pedir à empresa que envie o boleto antes da data do vencimento por e-mail ou fax para que ele consiga pagar no caixa eletrônico. Após a data do vencimento o documento só vai poder ser pago no banco de origem, no caixa de atendimento pessoal.
Reivindicações
Em Sergipe existem cerca de 3.200 bancários que trabalham em aproximadamente 300 instituições financeiras públicas e privadas. Além do reajuste salarial de 11,93%, a categoria reivindica piso salarial de quase R$ 3 mil, Participação de Lucros e Resultados (PLR) de quase R$ 6 mil, auxílio alimentação, refeição, 13ª salário, cesta básica e auxílio-creche ou babá de R$ 678.
Os bancários pedem ainda melhores condições de trabalho com o fim de metas que eles consideram abusivas e assédio moral, mais contratações, combate às terceirizações e ao PL 4330, aplicação da Convenção 158 da OIT que proíbe as dispensas imotivadas, auxílio-educação, prevenção de assaltos e sequestros, igualdade de oportunidades para bancários e bancárias e contratação de pelo menos 20% de negros.