Na tarde desta quinta-feira, 5, policiais civis da 4ª Delegacia Metropolitana prenderam José Nunes dos Santos, 31 anos, Alexsandro Cardoso de Melo, o “Pelé”, 28, Lucas Marques dos Santos, 19, e Manoel Edmílson dos Santos, o “Negão”, no conjunto Orlando Dantas, bairro São Conrado. Eles são acusados de planejar a morte do presidiário Robert Reis Portela, que foi liberado para passar o dia dos pais fora da cadeia e não mais retornou ao presídio.
De acordo com o delegado Marcos Garcia, a equipe diligenciava em busca de informações de assaltantes quando foram procurados por policiais da Delegacia Plantonista, os quais abordaram e conduziram Manoel Edmílson, velho conhecido da polícia, acusado de praticar vários assaltos em Aracaju.
Após análise do delegado Marcos Garcia, apurou-se que Manoel ia se encontrar com outros três comparsas que o aguardavam no Conjunto Orlando Dantas em um veículo Logus, vermelho. “A fim de verificar a situação, a equipe passou a diligenciar no conjunto até visualizar o referido veículo com os três suspeitos foi então que os policiais os abordaram”, disse.
Foto: Ascom/SSP – Delegada Viviane PessoaDurante a abordagem uma pistola calibre 9mm foi encontrada com José Nunes, bem como, uma picareta foi achada no porta mala do veículo. Além da arma de fogo, Alexandro se apresentou como nome falso, entregando identidade falsa aos policiais. Todos foram conduzidos para a delegacia onde, após consultas cartorárias, constatou-se a real identidade e seus históricos criminais.
Alexandro, mais conhecido como Pelé, foi condenado a 32 anos de reclusão, e responde por dois homicídios qualificados no bairro Santa Maria nos anos de 2003 e 2004, além de roubo majorado, tráfico de drogas, favorecimento pessoal e porte ilegal de arma de fogo.
Após cumprir oito anos em regime fechado, Alexandro progrediu para o regime semiaberto e recentemente foi agraciado com a saída temporária do dia das mães, mas não retornou ao presídio. “No total, ele tem 69 anos em condenações criminais a cumprir”, destacou a coordenadora das Delegacias da Capital, Viviane Pessoa.
José Nunes, que portava a pistola 9mm, responde por três homicídios e seis roubos, mas encontrava-se em prisão domiciliar motivada por atestado médico que apontava uma trombose, porém, ele não soube informar detalhes da doença aos policiais. “Aparentemente, ele dispõe de um estado físico muito bom e mesmo se estivesse doente sua situação não o impossibilitou de praticar crimes”, contou o delegado.
Manoel Edmilson, conhecido como Negão, também possui extensa ficha criminal, respondendo por roubos, tráfico e porte de arma de fogo e também estava foragido da Justiça desde que foi agraciado com a saída temporária de Páscoa deste ano. Contra Manoel também pesa um mandado de prisão por sentença penal condenatória por crime de roubo majorado, expedido pela Comarca de Nossa Senhora do Socorro.
Onde tudo começou
“Estes homens se conheceram no Presídio de São Cristóvão, onde Manoel se envolveu em uma rixa com o detento Robert Reis Portela. Segundo Manoel, Robert lhe roubou um celular dentro do presídio e lhe intimidava constantemente. Ao receber o benefício da saída temporária, ele planejou se vingar de Robert na primeira oportunidade que houvesse”, explicou a delegada Viviane.
No dia 2 de setembro, Robert fugiu do Presídio de Areia Branca cortando uma tela de proteção. “Ao saber que seu desafeto estava fora das grades, Manoel tramou o crime com os comparsas, a partir de informações de que seu desafeto andava pelas imediações do Conjunto Orlando Dantas”, disse Garcia.
Na tarde desta quinta-feira, o quarteto se juntou para a execução do crime de homicídio, no entanto, enquanto rondavam de carro procurando por Robert a fim de executá-lo faltou combustível no veículo. “Foi ai que Manoel saiu para buscar gasolina, mas foi abordado pelos policiais da Delegacia e conduzido à 4ª DM para averiguação, local onde toda a trama foi descoberta”, explicou a coordenadora da capital.
Questionado pelo delegado Marcos Garcia sobre o destino que dariam ao corpo de Robert após executá-lo, Manoel disse que pretendia enterrá-lo na areia da praia ou em qualquer terreno da zona de expansão. O grupo foi indiciado por formação de quadrilha, Manoel e Alexandro também responderão por falsificação de documento e José Nunes responderá por porte de arma de fogo de uso restrito.