Após o desfile cívico na Avenida Barão de Maruim, no dia 7 de setembro, próximo sábado, acontecerá o 19º Grito dos Excluídos, que este ano tem como tema central ‘Juventude que ousa lutar constrói o projeto popular’.
Movimentos sociais e sindicais também levarão às ruas a pauta da democratização dos meios de comunicação, a luta por emprego e contra o avanço da exploração com a ampliação das terceirizações, por políticas públicas, contra o extermínio da juventude, a defesa do Brasil quilombola e dos povos indígenas, o combate à violência contra a mulher e a luta por crescimento humano e espiritual.
Na tarde desta segunda-feira, 02/09, movimentos sociais se reuniram na cúria da Catedral para acertar os últimos detalhes da atividade. Além de representantes de todas as pastorais, estiveram presentes o MST, a CNBB, o Levante Popular da Juventude, a CUT/SE, o Conlutas, o MOPS, CTB, Fetase, Sindijus, MOTU, Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) e a Defensoria Pública.
A situação crítica da juventude quilombola do Baixo São Francisco foi rapidamente discutida. Há anos estes jovens quilombolas lutam contra fazendeiros articulados para se apropriar de mais de 14 mil tarefas de terra sem documento. “É uma disputa desleal demais contra quem apenas precisa de sua terra para plantar e sobreviver com sua família. Alguns jovens quilombolas do Baixo São Francisco chegam a pensar que não vale a pena lutar pelos seus direitos”, relatou o padre Isaías.
Representante da Defensoria Pública tratou da necessidade urgente da população brasileira ter acesso à Justiça para poder cobrar seus direitos. “Temos no Brasil uma democracia política, mas não uma democracia social. A maioria da população brasileira está excluída do sistema de Justiça porque não tem condição de pagar advogado para lhe representar. A própria Defensoria Pública conta com apenas 80 profissionais para atuar em todo o território sergipano. É algo que não dá conta de nossa demanda”, explicou.
O diretor da CUT/SE, Plínio Pugliesi, também tratou do contexto de realização, em Sergipe, do Grito dos Excluídos. “As manifestações de rua têm mostrado que o povo está exigindo outro modelo de representatividade. Isso é uma lição para os gestores públicos que ainda resistem em atender ao clamor popular. Mas estas vozes que vêm das ruas já mostraram que não vão se calar. O movimento sindical tem enfrentado a tarefa de reinventar sua luta. E é neste contexto que estamos construindo o 19º Grito dos Excluídos, uma manifestação que tem a missão de potencializar as lutas por melhorias para a educação, para a saúde, segurança pública e para construção de outro projeto de sociedade, um projeto popular”, explicou.
Iracema Corso/CUT