Fernando Duarte, do UOL, na Basileia (Suíça)
Em sua primeira apresentação depois do título da Copa das Confederações, a seleção brasileira foi derrotada pela Suíça por 1 a 0 na noite desta quarta-feira, na Basileia, e perdeu uma invencibilidade de 11 partidas. Com atuações apagadas de seus principais jogadores, incluindo Neymar, a equipe de Luiz Felipe Scolari teve problemas diante de um adversário que fez mais do que tentar impedir o Brasil de jogar e acabou premiada por um bisonho gol contra de Daniel Alves.
O próximo compromisso da seleção será no dia 7 de setembro, em Brasília, contra a Austrália, três dias antes de enfrentar Portugal e Cristiano Ronaldo em Boston. A equipe segue sem vencer na Europa na segunda Era Felipão, tendo perdido dois jogos e empatado outros dois desde que o treinador do penta assumiu. Mas foi a primeira partida desde 3 de julho de 2012, num amistoso com o México, ainda sob o comando de Mano Menezes, que a seleção deixa o campo sem marcar gols.
A seleção começou o jogo já com uma grande oportunidade, aos três minutos, quando Hulk recebeu um cruzamento de Oscar na pequena área, mas mandou por cima. Concentrando as ações pelo lado esquerdo do campo, ao ponto de muitas vezes Neymar, Oscar e Hulk caírem pelo setor ao mesmo tempo, o Brasil tentava vencer o bloqueio defensivo suíço. Aos 10 minutos, Neymar já havia conseguido ”pendurar” o zagueiro Senderos.
Oscar acertou um chute que passou perto aos 13, mas logo depois a Suíça mostrou que a performance defensiva nas eliminatórias europeias não é tudo numa equipa praticamente classificada para a Copa do Mundo: com o habilidoso atacante Xherdan Shaqiri, do Bayern de Munique, a equipe da casa saía nos contra-ataques. Num deles, aos 19, o próprio Shaqiri obrigou Jefferson a fazer boa defesa em dois tempos numa bola rasteira.
Os suíços também começaram a marcar o Brasil bem melhor, especialmente Neymar. E, num lance de pura frustração com o vigor da marcação do lateral Lichsteiner, do Juventus, Neymar deu uma entrada forte no jogador e iniciou um empurra-empurra em campo, levando o amarelo.
Aos 27, Jefferson por pouco não falha num chute de Xhaka. Melhor no jogo, a Suíça pressionou a seleção, que só foi incomodar o adversário aos 36, quando Paulinho acertou uma cabeçada no travessão. Logo depois Neymar foi seguro pela camisa dentro da área numa arrancada, mas o árbitro alemão Deniz Aytekin mandou seguir. Oscar perdeu sozinho diante de Benaglio aos 44.
No segundo tempo, a Suíça abriu o placar logo em seu primeiro ataque: na tentativa de cortar um cruzamento de Behrami pela direita, Daniel Alves cabeceou como um artilheiro. A seleção sentiu o gol e quase levou o segundo aos seis minutos, quando Dante recuou forte demais uma bola para Jefferson e o goleiro ”furou”, recuperando-se a tempo de evitar que Seferovic empurrasse para a rede.
Felipão tirou Marcelo, Fred e Luiz Gustavo, trazendo Maxwell, Jô e Fernando para o jogo. E não demorou muito para trazer um terceiro volante para o jogo, trocando Oscar por Hernanes. Hulk chutou por cima aos 16 depois de bom passe de Maxwell. O atacante do Zenit São Petersburgo saiu para a entrada de Lucas, que deu mais movimentação à frente. Mas foi a Suíça quem continuou mais perigosa, para a frustração de Felipão à beira do gramado. E um cruzamento que Neymar mandou pela linha lateral aos 32 minutos foi um retrato da noite pouco inspirada da seleção na Basileia.
SUÍÇA 1 X 0 BRASIL
Local: St. Jakob Park Stadium, na Basileia (Suíça)
Juiz: Deniz Aytekin (Alemanha)
GOL: Daniel Alves (contra)
Brasil: Jefferson, Daniel Alves (Jean), Thiago Silva, Dante e Marcelo (Maxwell), Luiz Gustavo (Fernando), Paulinho, Oscar (Hernanes) e Hulk (Lucas); Fred (Jô) e Neymar. Técnico: Luiz Felipe Scolari
Suíça: Benaglio; Lichtsteiner (Lang), Klose, Senderos (Schar) e Rodriguez; Behrami, Dzemaili (Schwegler), Shaqiri (Mehmedi), Xhaka, Stocker (Barnetta) e Seferovic (Gavranovic) Técnico: Ottmar Hitzfel