Seria desnecessário relatar mais do mesmo, no entanto, o compromisso com a informação nos obriga a dizer que a reunião com Jackson Barreto nessa segunda, 01/07, não teve novidades: as mesmas velhas desculpas governamentais de sempre e a promessa de apresentar uma proposta na próxima sexta-feira, 05/06.
Enquanto o substituto de Déda lida conosco como quem tenta enganar crianças, o Judiciário de Sergipe decretou a ilegalidde de nossa greve.
Lê-se no processo: “Aduz que dita greve causa prejuízos incomensuráveis à população, vez que: a manutenção do movimento paredista apenas e tão somente significará prejuízo para os cerca de 900.000 cidadãos que necessitam, dos serviços do Detran, tanto em relação aos seus veículos quanto em relação aos serviços inerentes à Carteira Nacional de Habilitação, além do sério impacto que causará às finanças do Estado ao deixar de arrecadar as taxas, impostos e multas o que implicará no percentual previsto no limite prudencial necessário ao atendimento ao próprio pleito dos Representados pelo Sindicato Demandado, e das demais categorias (trecho da petição reproduzido).” Ora, nunca deixamos de nos preocupar com os transtornos causados ao povo sergipano, no entanto, reiteramos: embora queiramos ajudar na arrecadação e na manutenção e desenvolvimento do trânsito do estado, queremos também a contrapartida de uma remuneração que corresponda às responsabilidades e volume de trabalho que nos é conferido.
Vemos ainda que o Detran alega “que o Estado de Sergipe já ultrapassou o limite prudencial de gasto com pessoal fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal”. Um argumento insustentável: o Governo não faz uso de seu dinheiro de forma prudente e quem paga são aqueles que dão o seu suor na linha de frente do serviço público?
O procurador responsável pelo parecer afirma: “Analisando detidamente os autos, de logo, conforme se observa dos documentos juntados às fls. 140/145, apesar de ter sido cumprido o requisito quanto ao prazo da notificação acerca da paralisação, verifica-se que não restou provado o encerramento das negociações. Isto porque, verificou-se que houve diversas reuniões com o Governador do Estado, tendo o mesmo sinalizado que faria uma nova proposta salarial no mês de setembro, quando já se teria o resultado do próximo quadrimestre fiscal”. O que ele ignora é que nas três reuniões que tivemos com Jackson, o governador em exercício simplesmente não negociou nada. Apenas perdeu tempo (o nosso e o dele) prometendo respostas para dali a alguns dias e contando anedotas da época em que sua carreira política ainda estava na alvorada. Em outras palavras: jogando conversa fora e negando-se a negociar.
Além disso, defendemos: tivesse a greve começado na Era Paleolítica, para político nenhum teria sido tempo suficiente para negociação. O argumento que dá conta da interrupção do diálogo é apenas a boa e velha hipocrisia manifestando-se discursivamente.
Por fim, o TJ-SE dispõe: “Pelo exposto, existindo vícios na deflagração da Greve e com base no art. 273 do Código de Processo Civil, concedo a tutela antecipada pleiteada, para declarar a ilegalidade da greve deflagrada pelo SINDICATO DOS ASSISTENTES DE TRÂNSITO, VISTORIADORES E SERVIDORES DO DETRAN DO ESTADO DE SERGIPE, determinando a imediata suspensão do movimento grevista, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais), em caso de descumprimento”.
Tendo dito tudo isso, insistimos: eles tentam de todas as maneiras de nos vencer, derrubar a nossa luta com medidas de um autoritarismo vergonhoso, calar a nossa indignação, a nossa vontade e direito de receber melhores salários. Mas não podemos nos acanhar. Quando não resta mais nada, ao menos uma coisa deve continuar de pé: a nossa integridade moral. Vamos levantar com orgulho a bandeira do protesto. Não pararemos aqui. Mostraremos a eles que não nadamos para morrer na praia do comodismo, encalhados nas areias da covardia. Continuaremos a luta. Quarta-feira, 03/07, às 15h, temos um encontro marcado no auditório da CUT. Discutiremos que medidas práticas (no dia-a-dia) e judiciais podemos tomar para dizer a Jackson, ao Desembargador, a Bosco e seu séquito de comissionados que a revolução, a transformação do Detran, continuará acessa em nossos peitos.
Da Assessoria de Comunicação do SINDETRAN