Por conta de depredações realizadas contra a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) e incêndio de um ônibus da empresa Modelo, além de outras ações de violência e vandalismo testemunhadas pela sociedade sergipana, através da mídia, as polícias Civil e Militar encaminharam 31 pessoas para a 2ª Delegacia Metropolitana e quatro para a Delegacia Plantonista na noite desta terça-feira (25).
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) se preparou para as novas manifestações, adotando a mesma estratégia realizada na última quinta-feira (20), quando cerca de 16 mil pessoas se manifestaram de forma pacífica pelas principais avenidas de Aracaju. A SSP continuou preservando o direito do povo de se manifestar livremente, pois entende que o movimento tem caráter pacífico e importante para o exercício da cidadania e fundamento da democracia, como direitos inerentes aos cidadãos.
“Vale ressaltar que a SSP procurou ao máximo evitar o uso da força, somente o fazendo, quando a manifestação havia se resumido bastante. No confronto com os arruaceiros, vários policiais e animais da Cavalaria foram lesionados, vítimas das pedras, paus, rojões e bombas juninas que foram arremessados contra eles”, destacou o major Paulo César Paiva, relações públicas da PM.
A manifestação organizada por lideres dos mais variados movimentos sociais sergipanos iniciou às 17h na praça Fausto Cardoso, centro de Aracaju. Cerca de 5 mil pessoas sairam da praça e seguiram para a avenida Ivo do Padro, virando à direita na avenida Barão de Maruim percorrendo toda a extensão da via até a praça da Bandeira onde mais manifestantes se juntaram ao movimento, totalizando pelo menos oito mil pessoas.
Segundo major Paulo César Paiva, a multidão continuou o protesto na avenida Desembargador Maynard indo em direção à antiga avenida Rio de Janeiro. “Aqui parte dos manifestantes se dividiram e outra parte foi até a Prefeitura de Aracaju onde promoveu tentativas de invadir o prédio público. Cerca de 30 guardas municipais contiveram os vândalos, que inconformados passaram a quebrar vidraças e jogar bombas juninas em direção dos seguranças. A tropa de choque foi acionada para reforçar a segurança da prefeitura, mas mesmo agredida pelos manifestantes não reagiu”, destacou o oficial.
Da prefeitura os manifestantes, em número bem reduzido, seguiram em direção ao terminal DIA onde a tensão aumentou significativamente. “Um pequeno número de manifestantes passou a quebrar os vidros do ônibus coletivo da empresa Modelo enquanto outros tocaram fogo no ônibus, que ficou totalmente destruído”, destacou o subcomandante geral da PM, coronel Luiz Fernando.
O subcomandante Luiz Fernando ressalta que aqui a polícia entrou em ação e a tropa de choque passou a coibir a ação violenta de alguns manifestantes. “Ainda assim, eles reagiram e dois policiais militares ficaram feridos”, destacou. Após o incêndio, o Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu apagar as chamas.
O secretário adjunto da Segurança Pública, João Batista Santos Júnior, reiterou que o ato de vandalismo praticado por um pequeno número de manifestantes não vai tirar o brilho da festa de democracia e muito menos influenciar o comportamento da polícia em relaçao às passeatas. “Acreditamos no direito constitucional das pessoas de se expressarem e temos o dever legar de preservar que estes protestos ocorram de forma pacífica e ordeira”, avaliou o secretário.
Depois de coletar depoimentos, durante boa parte da madrugada, a polícia manteve presos na 2ª DM Reinaldo dos Santos, 26 anos; Edvânio Santana Albuquerque, 19; e Adenilton Santiago Filho, 30, pelo crime de incêndio qualificado, previsto no artigo 250 do Código Penal Brasileiro. Eles foram identificados por imagens feitas pela polícia e também pela SMTT por conta da depredação e incêndio do ônibus.
Ainda foram presos Marcelo Oliveira Barreto, 25 anos, e Allan Santos Pereira, 18; por dano ao patrimônio (depredação do ônibus). A polícia ainda apreendeu dois adolescentes envolvidos com a depredação contra o ônibus. Estes tiveram fiança arbitrada em dez salários mínimos.
“Pedimos a colaboração das pessoas de bem que querem mudar o país que denunciem a presença de vândalos no meios das passeatas. É importante também que quando tiver ações de destruição do patrimônio os manifestantes pacificos se retirem e deixem que a polícia entre em ação para coibir atos de destruição de nossa cidade”, avaliou o coronel Jackson Nascimento, comandante do Policiamento Militar da Capital.
Os delegados plantonistas ainda registraram mais quatro termos de ocorrências circunstanciados (TOCs), por conta de lesões. Imagens feitas pelo Centro Integrado da Segurança Pública (Ciosp), pela SMTT e policiais no local da prática dos crimes foram encaminhadas para a polícia, que investiga as depredações para responsabilizar outras pessoas envolvidas.
A polícia pede novamente o apoio da população no sentindo de divulgar informações sobre pessoas que venham praticar algum tipo de baderna ou depredação do patrimônio, ligando para o 190 ou 181.
Da Assessoria de Comunicação da SSP/SE