Durante uma inspeção realizada pela Defensoria Pública do Estado de Sergipe na Clínica São Marcello no último dia 5, os defensores públicos do Núcleo da Saúde, Murilo Souza, Eduardo Cação, Carolina D`Àvila e a psicóloga Syrlene Besouchet demonstraram preocupação com o número de leitos para dependentes químicos.
Segundo o defensor público e coordenador do Núcleo da Saúde, Murilo Souza, o intuito foi verificar a estrutura física do local, quantidade de leitos disponíveis e a forma de tratamento oferecido aos doentes mentais e dependentes químicos.
“Hoje já existe na Defensoria uma Ação Civil Pública que obriga o Estado a fazer tratamento químico de menores, mas nossa intenção, uma vez que essa fatia não foi atingida, é tentar ingressar com outra Ação Civil Pública para que o Estado disponibilize tratamento para todos os usuários de drogas, que representam uma demanda muito maior do que a quantidade de leitos existentes”, disse Murilo.
O defensor público, Eduardo Cação, não constatou irregularidades na Clínica, mas fez uma ressalva com relação ao número de leitos para dependentes químicos. “A clínica está funcionando de maneira regular e tudo que foi constatado está dentro da normalidade. O fato não exige nenhuma medida drástica e por enquanto não haverá nenhuma medida adicional, mas o que nos preocupa é que só existe apenas 10 leitos para atender a demanda de dependentes de drogas”, lamenta.
O assessor jurídico da São Marcello, Erhard Hamilton, fez questão de esclarecer os transtornos no último dia 14 de maio, quando impediu a primeira visita dos defensores públicos. ”Peço perdão pelos transtornos, pois a São Marcello não tem nenhuma intenção contrária, mas sim de fazer parceria com a Defensoria no tratamento aos dependentes químicos e pacientes com problemas mentais. Somos parceiros e não vilão, pois nossa conduta é estar sempre à disposição dos defensores públicos”, se desculpa.
Com relação ao número reduzido de leitos para dependentes químicos, Erhard Hamilton afirmou que a Clínica não tem interesse em ampliar. “Temos mais ou menos 147 pessoas que fazem tratamento e 150 leitos que está no limite. Desse total, 10 leitos são para dependentes químicos, mas não temos interesse de ampliar. Todos os dias rejeitamos pessoas que procuram tratamento químico e, para se ter uma ideia, deveríamos ter aproximadamente 1800 leitos sob a ótica do que exige a Organização Mundial de Saúde”, afirma.
Da Assessoria de Imprensa