Denise Gomes e Marina Fontenele, do G1 SE, em Rosário do Catete
Com 306,3 pontos quadrilheiros venceram o concurso da TV Sergipe.
Quadrilha representará o estado no Festival da Globo Nordeste.
A quadrilha Unidos em Asa Branca, de Aracaju, foi a grande campeã da 8ª Edição do Concurso de Quadrilhas Juninas da TV Sergipe, o Levanta Poeira 2013, na noite deste sábado (08), em Rosário do Catete, distante 37 km da capital sergipana.
Com 306,3 pontos, os quadrilheiros ficaram em 1º lugar entre as seis finalistas da competição e irão representar o estado no Festival de Quadrilhas Juninas da Globo Nordeste, que será realizado na cidade de Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, no dia 29 de junho.
Em segundo lugar ficaram os quadrilheiros da Pioneiros da Roça, de Aracaju, com 296,1 pontos. Na terceira colocação ficou a Cangaceiros da Boa, de Japaratuba, com 293,6. Em quarto lugar com 283,9 pontos ficaram os quadrilheiros da Xique-Xique. A Massacará, de Carmópolis, ficou na quinta colocação com 279,6 pontos e a Asa Branca, de Aracaju, ficou em sexto lugar com 262,5 pontos.
‘A Saga dos Desvalidos’ foi o tema escolhido pela Unidos em Asa Branca, que retratou a luta, coragem, resistência e a fé dos sertanejos que sofrem com a seca. O início da apresentação emocionou o público com os componentes encenando a saga dos retirantes, que por não terem o que plantar ou comer, partem para uma jornada em busca de terras férteis, mas com a esperança e os pedidos para que a chuva volte a cair no sertão.
No decorrer da jornada, os pedidos são atendidos e a chuva muda a realidade dos sertanejos, que celebram a renovação da terra, com a colheita farta e muita música ao redor da fogueira.
“Receber esse prêmio é uma forma de compensar todos os quadrilheiros que dançam com muita emoção e mostram a verdade do tema escolhido. Vamos continuar ensaiando para representar bem o estado de Sergipe na etapa regional do concurso”, afirma Acácio dos Santos Nascimento, presidente da Unidos em Asa Branca. A quadrilha, que tem 33 anos de composição, foi campeã do Levanta Poeira em 2009 e vice-campeã em 2011.
A oitava edição do Levanta Poeira terminou com saldo positivo, segundo o coordenador do evento e jornalista da TV Sergipe, Fernando Petrônio.
“As quadrilhas inovam a cada ano porque acreditam no concurso. A credibilidade do Levanta Poeira é indiscutível, prova disso é que nesses oito anos ninguém questionou essa qualidade. Os jurados, a equipe técnica e todos que representam a TV Sergipe trabalharam com empenho para fazer com que o Levanta Poeira fosse esse evento lindo que representa o respeito à cultura nordestina, especialmente a sergipana”, afirma Petrônio.
“O Levanta Poeira para mim é como se fosse um jovem ator que no início tinha que ir desvendando os caminhos para conseguir trabalhar, mas que com o passar do tempo evoluiu e se transformou em um ator profissional e isso ajuda com que o espetáculo seja ainda mais bonito”, avalia o ator e apresentador do concurso Pierre Feitosa.
Para o apresentador de sete edições do Levanta Poeira, o evento já se tornou um marco para a representação da cultura sergipana que é ansiosamente esperado pelos quadrilheiros e pela população das cidades polo das etapas classificatórias e eliminatórias do concurso. “O profissionalismo da equipe de organização e a estrutura oferecida nos municípios elevaram a qualidade da festa. Diante disso, as quadrilhas também se preocupam em apresentar um trabalho bonito e cheio de alegria”, afirma Pierre Feitosa.
Pioneiros da Roça
As rendeiras e a força do mar foram contadas pela quadrilha Pioneiros da Roça, de Aracaju. Com direito a barco, os quadrilheiros contaram a história de amor entre um pescador e uma rendeira, que passam por dificuldades, mas conseguem superá-las e assim garantir o sustento.
O grande encontro dos dois acontece em uma noite de São João, onde o mar se abre para que o pescador possa encontrar seu amor e se casar à beira mar. A quadrilha ficou em segundo na semifinal realizada em Canindé com 380,4 pontos.
Cangaceiros da Boa
Os quadrilheiros de Japaratuba fizeram uma homenagem a Arthur Bispo do Rosário durante a apresentação com o tema ‘Num Encontro entre Delírio e Realidade a Poesia de um Esquizofrênico é Expressa em Forma de Arte. Um Misto de Cores, Música, e Encenação’.
Durante cinquenta anos, ele criou bordados, objetos e painéis, verdadeiras obras de arte, que hoje são expostas no Brasil e em diversos países.
Um dos pontos altos da apresentação da Cangaceiros da Boa foi a personificação do homenageado, que ganhou vida na interpretação feita por um quadrilheiro. A atuação emocionou o público. A quadrilha ficou em terceiro lugar na semifinal realizada em Canindé com 356,7 pontos.
Xique-Xique
A Xique-Xique, de São Domingos, foi a quinta quadrilha a se apresentar. A tradição do circo foi o tema escolhido para o segundo ano de participação no concurso.
‘Respeitável Público! Nas Asas da Imaginação, o Circo traz Bailarinas, Mágicos, Palhaços e a Alegria do Sertão’, com este enredo o início da apresentação contou com a encenação do drama da seca no sertão nordestino, bem como a esperança renovada de uma retirante com a chegada de um palhaço que rouba seu coração.
Com 376 pontos, a Xique-Xique ficou em primeiro lugar na semifinal realizada em Japoatã.
Massacará
Com 24 anos de existência a quadrilha Massacará, de Carmópolis, apresentou o tema ‘Do Sopro do Divino, às Mãos do Vitalino’, uma homenagem a Mestre Vitalino, artista que com seus bonecos de barro atravessou gerações levando a cultura nordestina além-fronteiras.
Com o colorido dos figurinos e encenações sobre a seca e o florescer no Sertão, os quadrilheiros mostraram que se dedicaram muito para desenvolverem o enredo. A quadrilha ficou em segundo lugar na semifinal realizada em Japoatã com 361,1 pontos.
Asa Branca
Com o tema ‘Ao Chegar ao São João Todos Contentes, na Fábrica da Asa Branca, Até Boneco Vira Gente’, a quadrilha apresentou a história de José, proprietário da fábrica que se apaixona pela mais bela de suas criações.
Muito amor e o encantamento dos bonecos ditaram o ritmo da apresentação, que empolgou o publico com o forro tradicional. A Asa Branca ficou em terceiro lugar na semifinal realizada em Japoatã com 342,9 pontos.