Marina Fontenele, do G1 SE
Cerca de 850 motoristas e cobradores de ônibus de quatro empresas que fazem o transporte coletivo de Aracaju, em Sergipe, voltaram ao trabalho na manhã de domingo (19) após paralisação que teve início na noite sexta-feira (17) e durou o sábado (18) inteiro. A categoria reclama da demora para o pagamento dos salários e tickets de alimentação.
“40% do salário de abril só foi pago no dia 10 de maio e os outros 60% a empresa se comprometeu a pagar na sexta-feira (17), o que não aconteceu. Conforme o pagamento foi sendo feito a categoria resolveu voltar ao trabalho no domingo (20)”, explica Miguel Paixão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Aracaju (Sintra).
Esta é a segunda vez neste ano que os funcionários da Viação Cidade Aracaju (VCA), São Cristóvão, São Pedro e Cidade Histórica paralisam o trabalho por atraso nos pagamentos. O grupo de transportes é responsável por 29% da frota da capital e área metropolitana, o que corresponde a 151 ônibus.
Solução temporária
Com o objetivo de regularizar o serviço, representantes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp), do Sintra e demais empresas de ônibus coletivo se reuniram no sábado (18). Na ocasião, o Grupo VCA assegurou o pagamento dos salários dos colaboradores.
“A empresa alegou dificuldades financeiras, ressaltando principalmente o desequilíbrio entre a planilha de custos e a tarifa de ônibus até então não reajustada, mas prometeu cumprir não só os pagamentos dos funcionários como também depositar o valor referente aos tickets de alimentação até a quinta-feira (23)”, diz nota oficial publicada no site do Setransp.
Miguel Paixão disse que o Sintra enviou um comunicado para o grupo empresarial informando que pode haver nova paralisação se houver novo atraso. “O pagamento do valor mensal tem que ser feito até o último dia útil de cada mês”, afirma.
A equipe de reportagem G1 SE entrou em contato com o diretor-geral do grupo VCA, mas ele preferiu não se pronunciar sobre o caso.