Da Assessoria do Senador Antonio Carlos Valadares
O Senador Eduardo Amorim concedeu ao Universo Político uma entrevista, pontuada de análises e interpretações sobre minha conduta política que exige uma pronta resposta.
Não adoto o silêncio como forma de me esconder do meu oponente, que me atinge de forma injusta.
Não devo me acomodar e esperar apenas que o tempo colabore comigo na elucidação da verdade.
A resposta tem que ser agora, neste momento em que estou a escrever sem a ajuda nem socorro de assessorais regiamente pagas.
AFIRMAÇÃO QUE NÃO ESTOU BEM
Afirmar que eu não estou bem, como saiu na sua entrevista, é uma ofensa pessoal que repudio, pois insinua que tudo que afirmo não tem valor talvez pelo preconceito da idade, fato que me levaria a ter opiniões disparatadas ou inconsequentes. Essa insinuação preconceituosa demonstra o desprezo pelos mais velhos, tudo porque simplesmente não estou alinhado ao seu bloco político, nem me expresso em defesa de seus projetos futuros. É uma tentativa de desqualificar a minha condição de Senador, o único da história se Sergipe, eleito, pela vontade do povo, por três vezes consecutivas, e sem comprar nenhum voto. Sem querer desmerecer a competência do meu colega, basta que a sua assessoria faça um comparativo entre o meu trabalho e o dele, e haverá de concluir que somos dois senadores muito diferentes. Não será preciso publicar o resultado, porque Sergipe inteiro já conhece.
AFIRMAÇÃO QUE ME APEGO AO PODER E TRABALHO CONTRA A RENOVAÇÃO
Se eu tivesse apego ao poder não teria passado, como passei, 15 anos na oposição, lutando com o meu partido, o PSB, para renovar e dar sangue novo à política de Sergipe, trabalhando para que Marcelo Déda, com pouco mais de 40 anos de idade, chegasse ao governo do Estado. Durante boa parte desse tempo o Senador Eduardo Amorim estava do outro lado participando do Poder, como ainda hoje se encontra, através de seus fiés escudeiros no comando da Assembleia Legislativa, ou recebendo os benefícios decorrentes de seu apoio ao governo federal.
Não pretendo abandonar a luta tão cedo, seja no governo ou na oposição. Resistirei com honra e sem medo aos ataques e pressões. Se eu tiver que voltar à oposição, o farei com a mesma coragem e disposição do passado, jamais me rendendo aos mandões ocasionais nem contribuindo com o meu voto para o retrocesso político.
ADELSON BARRETO E MARIA MENDONÇA
Graças ao apoio desses dois trânsfugas do PSB foi que o grupo do Senador Eduardo Amorim conseguiu dominar a Assembleia Legislativa, antecipando a eleição da Mesa em um ano, fato nunca acontecido nos anais daquela Casa. Depois desse belo papel de se render a um grupo político numa eleição criticada por todos os nossos aliados, o sr. Adelson Barreto, para servir ainda a esse mesmo grupo, queria que o PSB fizesse uma intervenção na secção municipal de Laranjeiras para que ele fosse candidato a Prefeito em aliança justamente com os liderados de Amorim, em contraposição aos nossos amigos e aliados de muitos anos.
Quanto à Maria Mendonça, ela só ingressou no PSB porque recebemos um apelo de seu pai Chico de Miguel. Sabíamos do temperamento complicado e difícil da deputada, mas não podíamos negar o pedido do amigo. Chico de Miguel na época tinha receio de o seu grupo ser engolido pelos Amorim. Segundo as próprias palavras dele, jamais esse grupo, se dependesse dele, ocuparia a posição de liderança que ele detinha em Itabaiana.
Na verdade Maria Mendonça preferiu romper comigo e com o PSB e se entregou politicamente ao grupamento dos Amorim, que não tinha a simpatia nem a confiança de Chico de Miguel.