Por Aline Braga, da Assessoria da Parlamentar
No Grande Expediente, a vereadora Lucimara Passos (PCdoB-SE) relatou o que viu na desocupação do bairro 17 de Março e cobra solução, ao menos, uma resposta as pessoas que foram retiradas do cadastro anterior assim como as que foram desalojadas. Na manhã desta quinta-feira, 21/3, a vereadora se dirigiu ao local para acompanhar a desocupação no local e foi barrada pela polícia de ter acesso ao local. Após duas horas de negociação, houve entendimento com o Major Paiva e Coronel Jackson, sendo autorizada entrada. “Começo minha fala registrando um episódio que considero uma afronta à prerrogativa de vereadora: terem barrado minha entrada, sob alegação de que minha presença iria atrapalhar a ação. Não fui somente hoje, mas nas últimas semanas ao local, porque fui procurada por diversas famílias”, afirmou a vereadora.
A desocupação feita hoje, de acordo com liminar de reintegração de posse, teria como objetivo devolver as casas para as famílias que originalmente assinaram contrato com a Prefeitura. O que foi revelado após visita da vereadora é que algumas dessas famílias cadastradas foram substituídas por outras, retiradas de um cadastro feito recentemente desobedecendo os contratos já assinados. Além disso, surge o problema de onde alocar aqueles que foram desalojados. “Hoje o secretário de comunicação disse na mídia que 90% das pessoas que estão ali não precisam de moradia. E ontem à noite me deparo com matéria da TV Sergipe informando que foram sorteadas novas casas para novas 315 famílias. De onde vieram essas famílias, de que cadastro foram retiradas? As pessoas precisam de respostas e não tem. O que vai ser feito dos móveis? Não recebem sequer um comprovante. E as pessoas que estão na rua chorando com seus filhos? Falta coragem de enfrentar o problema. É mais fácil dizer que foi a administração anterior. E por que se negam a ir lá?”, cobra Lucimara.
A vereadora alega ainda que por diversas vezes cobrou que a Prefeitura enviasse uma assistente social para verificar a situação real das famílias ocupantes. Lucimara acredita que isso evitaria um despejo sem medidas a longo prazo, além de evitar irregularidades no cadastro como os verificados pela vereadora hoje. Um deles de uma cadeirante que não pode comparecer à Prefeitura no dia indicado por falta de dinheiro para o transporte. No dia seguinte, compareceu e foi informada que já tinha sido substituída por uma nova família. “Por esse motivo, faço um apelo ao prefeito João Alves que venha dizer o que vai fazer com essas pessoas”, cobrou a vereadora.