por Adriana Freitas e Aldaci de Souza/Infonet
A criminalidade no município de São Cristovão preocupa os moradores. Crianças e adolescentes entram cada vez mais no mundo das drogas e prostituição colaborando para o aumento da violência na 4ª cidade mais antiga do Brasil.
Um dos principais pontos turísticos da cidade, a Praça São Francisco, se torna durante à noite ponto de droga e prostituição. “Hoje não faço questão de sair de casa por medo. Os bancos das praças servem para usuários de drogas e meninas de 13 anos se prostituir. Lembro que antigamente a gente podia até dormir na porta de casa, mas há 10 anos o cenário mudou”, conta uma comerciante, que não quis se identificar por medo.
O tráfico de drogas e a prostituição são as principais reclamações dos moradores. Os assaltos são apontados como meio utilizado para os usuários comprarem drogas. “Hoje as drogas atingem mais uma faixa etária de 12 a 18 anos. Um menino hoje de 12 anos já é viciado em drogas, uma triste realidade para nossa cidade”, diz o morador Robson Santana.
Segundo Robson, essas crianças são induzidas a entrarem no mundo das drogas através da convivência com amigos, o local onde mora e até por influência da família que tem algum usuário e por curiosidade.
“Às vezes passo por uma rua e vejo crianças que nem passava pela minha cabeça usando drogas. A gente tenta aconselhar, mas eles não aceitam e com o tempo elas acabam sendo excluídas da sociedade. Quando você recebe alguma notícia é relacionada à morte ou prisão”, desabafa Robson.
O ‘Beco do Açúcar’ e principal ponto de tráfico de drogas e prostituição apontado pelos moradores. Além disso, os bairros Loteamento Lauro Rocha, Madalena Góis e a Baixada do Alto da Divinéia são outros pontos para o tráfico.
Os moradores reclamam que a partir das 21h é muito perigoso transitar pela cidade, pois o efetivo policial é insuficiente para atender a demanda. “Sábado à noite aqui só tem confusão a gente liga para polícia, mas ninguém aparece”, reclama morador.
Polícia Civil
Segundo o delegado João Eduardo, a polícia vem trabalhando para diminuir os índices de violência. “Há um ano a gente atendia de cinco a seis ocorrências por dia e esses números caíram. Também durante este período registramos mais de 150 prisões”, explica.
Quanto ao tráfico de drogas, o delegado informou que o problema é muito amplo. “É preciso um trabalho de reabilitação, pois enquanto existir usuários haverá o tráfico de drogas”.
Polícia Militar
A equipe do Portal Infonet ouviu ainda o comandante do 1ª Batalhão referente a área de São Cristovão. De acordo com o tenente coronel, Blauner Poti Santos dos Santos, apesar do baixo efetivo da corporação os militares estão atuando com o máximo empenho. “Estamos operando no limite máximo. Nem sempre damos conta de tudo que acontece, mas estamos nos empenhando ao máximo para intensificar o policiamento na área”, fala o comandante que ressalta que em São Cristovão existe um PAC [Posto de Atendimento da Cidadão] no Eduardo Gomes que funciona durante 24h e uma sede da Companhia que também funciona 24h.
O tenente coronel enfatiza que o tráfico é um dos fatores da violência na cidade. “O tráfico de drogas é um dos fatores, mas São Cristovão tem uma população carente o que gera a violência com incidências de assaltos e roubos”, reconhece o comandante que incentiva a a participação popular nos conselhos de segurança.
“No Eduardo Gomes e no Rosa Elze os moradores têm se organizado nos conselhos de segurança que atuam junto a Polícia Militar. A participação é importante para que os problemas sejam discutidos com base na realidade local. É importante também fazer denúncias para que a polícia tenha conhecimento das informações”, orienta.
Matéria postada originalmente na Infonet