Uma das principais lideranças do PT no Nordeste, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, não vê o presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), como ameaça ao projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. “A ascensão de Eduardo Campos fortalece um campo político cuja maior responsabilidade é dar sustentação ao projeto que Dilma e Lula lideraram”, afirmou Déda ao Estadão. Para o governador, que está sob tratamento contra um câncer no estômago, “Recife fica muito longe de Tóquio” e “Eduardo Campos não faria haraquiri” para formar chapa com o senador Aécio Neves (PSDB).
A ascensão de Campos ameaça a reeleição de Dilma?
Não acredito. A ascensão de Eduardo Campos fortalece um campo político cuja maior responsabilidade é dar sustentação ao projeto que Dilma e Lula lideraram. Não consigo ver Eduardo Campos liderando um rompimento com esse projeto que ele ajudou a construir e do qual é um dos principais líderes. Agora, você não pode reprimir desejo de aliado. O diálogo é de mão dupla: não é apenas falarmos a Eduardo Campos o que queremos, é também termos ouvidos abertos para as pretensões dos aliados. Eduardo Campos, a cada dia, se legitima como liderança nacional, mas isso não é garantia de êxito em eleições. A palavra de ordem, quando dentro de uma coligação um aliado se fortalece, não é repressão, é sedução.
Em 2018, o PT poderia ceder a cabeça de chapa numa candidatura presidencial?
Sou suspeito para falar, porque sou conhecido como aliancista. Não acho estranho que a condução do processo em 2018, ou 2022, ou sei lá quando, seja de um dos partidos aliados.
E uma eventual chapa Aécio Neves/Eduardo Campos?
Recife fica muito longe de Tóquio. Eduardo Campos não faria haraquiri.
Do Estadão