Os índices de geração de emprego de Sergipe desafiam sua extensão territorial. Com pouco mais de dois milhões de habitantes e menor estado da Federação, Sergipe tem o mercado de trabalho aquecido, com números acima dos resultados médios da região e do País. Entre 2007 e 2012, o emprego formal no Nordeste cresceu 46%, média anual de 6,5%, enquanto o crescimento do Brasil foi de 39%, média de 5,6%. Em Sergipe, os índices são 53% ou 7,3% ao ano, o que representa o segundo maior crescimento do Nordeste.
Esse salto quantitativo de postos de trabalho resulta das políticas públicas desenvolvidas conjuntamente pelas gestões federal e estadual, como o avanço nos indicadores econômicos nacionais, a retomada do investimento público, a atração de empresas privadas e as políticas de transferência de renda.
Conforme dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados, do Ministério do Trabalho (Caged) o setor que mais emprega é o de serviços, que abrange comércio, bancos, seguradoras, turismo, serviços pessoais. Atualmente, esse setor emprega 120 mil sergipanos, contra 70 mil da construção civil e 90 mil da indústria de transformação.
“É interessante destacar que temos acompanhado a crise europeia e que o Brasil cresceu muito pouco em 2012, mas o emprego cresceu 3,4%, e em Sergipe esse índice foi de 3,6%. Entre 2006 e 2012, o emprego formal em Sergipe cresceu 53% enquanto no Brasil esse índice foi 39%. Então o Nordeste tem crescido acima da média do Brasil e Sergipe tem crescido acima da média do Nordeste e do Brasil”, informou o assessor econômico do Governo, Ricardo Lacerda.
Lacerda explicou que a política de atração de investimentos privados é fundamental para o aquecimento do mercado de trabalho e aumento da renda do sergipano. “Diria que um conjunto de políticas públicas foi importante para esse crescimento maior na geração de emprego em Sergipe. Primeiro, a política de atração de empresas do Governo do Estado em setores bastante expressivos em mão de obra, setores que se direcionaram para o interior, teve um grande impacto nessas localidades, como a indústria de calçados. Nosso programa de atuação de investimento e nosso ambiente de negócios tornaram o estado competitivo”.
O Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), ao qual o economista se refere, visa incentivar e estimular o desenvolvimento socioeconômico estadual mediante a concessão de apoio aos investimentos, em parceria com prefeituras municipais. Outro fator é o incentivo fiscal, em que o empreendimento pode ter descontos de 92% ou até de 93,8% no pagamento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Por meio do PSDI, o parque industrial do estado se renovou nos últimos seis anos, ampliando o número total de empresas, bem como as áreas de atuação. Entre 2007 e 2012, os investimentos em instalação de indústrias em Sergipe cresceram de forma exponencial: cerca de 263 empresas se fixaram no Estado e receberam um investimento superior a R$ 998 milhões em incentivos fiscais.
Ainda este ano, 29 indústrias vão entrar no estado e 132 processos estão aguardando a chegada de documentação para análise de pedido de incentivo em diversos municípios. São empresas de setores diversos, como é o caso da de Confecções em Nossa Senhora das Dores, do empreendimento de reciclagem em Aquidabã e do Grupo de Call Center Almaviva. Esse último irá operar ainda no primeiro semestre deste ano, gerando cerca de 3.500 empregos.
“Sergipe tem conseguido atrair empreendimento da indústria de transformação. Foram gerados 9.953 novos empregos em 2012. A construção civil continua sendo o setor que mais cresce, mas tivemos também a reestruturação da indústria canavieira, que era vista como um setor atrasado, oligárquico, e recentemente recebeu investimentos de novos grupos econômicos para produzir energia através do etanol e da biomassa. Esses grandes investimentos, que aconteceram principalmente em Nossa Senhora das Dores e em Capela, empregam muita gente. Outra coisa que conta bastante é a ascensão da classe C, que ampliou o mercado de consumo e que fez atrair muitas empresas para a região Nordeste”, explicou Lacerda.
Crescimento da renda
O índice positivo na geração de emprego é influenciado ainda pelo crescimento da renda do brasileiro. Com mais dinheiro no bolso, as pessoas consomem mais, movimentando, assim, o comércio e a economia.
“O crescimento na renda influencia na geração de emprego. Uma das coisas que tem impulsionado o crescimento do Nordeste e de Sergipe são as políticas de renda: de um lado o aumento Real do salário mínimo e, de outro, as políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, os benéficos de prestação continuada para famílias carentes, pessoas com deficiência, aposentados etc. Esse crescimento da renda ativa o comércio, amplia o mercado inteiro e gera oportunidade de trabalho. Para atender essa demanda de consumo, surge uma séria de pequenos empreendimentos, seja de serviços pessoais como de serviços profissionais”, elucidou.
Contribuição
O ano de 2013 será marcado por inúmeras conquistas no quesito geração de empregos em Sergipe. A Secretaria de Estado do Trabalho (Setrab) preparou um planejamento com objetivos específicos e foco na qualificação do trabalhador sergipano. A meta para o ano que se inicia é qualificar até 20.000 trabalhadores sergipanos. Quando o assunto é geração de emprego, Sergipe tem muito a comemorar. De janeiro até novembro de 2012, houve mais de 120 mil admissões em Sergipe, que é o estado que tem crescimento de emprego superior ao país, onde a taxa de empregos é quatro vezes maior que os outros estados da federação.
O secretário de Estado do Trabalho, Lauro Seixas, explica que este importante aumento na geração de empregos, número acima da média do País, é consequência da política de atração de novas indústrias e novos empreendimentos implantada pelo governador Marcelo Déda. Outro setor que irá ser responsável pela contratação de milhares de sergipanos é o Projeto Carnalita, que gerará 5 mil empregos.
“Além destes, temos ainda a implantação de uma fábrica de móveis e uma têxtil no interior do Estado, que serão uma verdadeira fonte de progresso e crescimento econômico”, frisou Lauro. Com o intuito de evitar a importação de mão de obra, a Setrab vem trabalhando arduamente em busca da qualificação do trabalhador local. Uma das provas disso é a execução de diversos projetos, a exemplo do ProJovem (Programa Nacional de Inclusão de Jovens), Planteq (Plano Territorial de Qualificação), Mão Amiga, desenvolvido em parceria com Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), entre outros. Um grande e recente exemplo da preocupação da Setrab em relação à qualificação do trabalhador sergipano foi a parceria com o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec).
No início deste ano foi assinado um termo de compromisso que visa para este semestre a criação de 600 vagas para cursos de qualificação gratuitos, destinados a jovens entre 18 e 29 anos. Serão ofertados gratuitamente cursos de Auxiliar Administrativo, Auxiliar Contábil, Word e Excel, Auxiliar Financeiro, Informática Básica, Manutenção de Micro, Inglês e Espanhol. Os participantes receberão material didático, fardamento e certificados de conclusão com validade nacional.
Outro setor primordial no quesito geração de emprego é o Núcleo de Apoio ao Trabalho (NAT), que funciona como intermediário nas relações entre o trabalhador e o mercado de trabalho, encaminhando pessoas desempregadas para as vagas de emprego. O grande desafio é captar um número de vagas cada vez maior e encaminhar as pessoas com o perfil adequado para preenchê-las, garantindo o aumento das colocações.
Para isso, a Agência dispõe de equipes de atendimento interno e externo, para visitação às empresas, coordenadas pelo Setor de Atendimento ao Empregador (Captação de Vagas) de cada unidade. As empresas que precisam admitir trabalhadores também podem se dirigir diretamente a qualquer uma das unidades no Estado, sendo disponibilizado, a custo zero, um banco de dados permanentemente atualizado (Sistema de Gestão de Ações de Emprego), com atualmente mais de 100 mil trabalhadores cadastrados.
Agência Sergipe de Notícias