Discursos emocionam a noite de posse da nova diretoria da OAB/SE
Uma noite memorável. Certamente seria muito pouco para resumir a grandiosidade e o espetáculo de reafirmação daquele espírito único que chamamos de “sergipanidade”. Gravado e espalhado em cores, luzes, rendas, sorrisos, rostos, na bela ornamentação realizada no Prodigy Beach Resort Conventions Aracaju, localizado na Barra dos Coqueiros. A solenidade da nova diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe, dos Conselheiros Seccionais, e também da Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (CAA/SE) trouxe autoridades – sobretudo dos diversos campos jurídicos –, advogados e representantes da sociedade.
Os trabalhos foram iniciados pelo presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, que tão logo passou a palavra para o conselheiro seccional Claudio Miguel que fez a leitura do compromisso presente no Estatuto da OAB que rege as prestações e compromissos de seus membros ante a sociedade. Toda a diretoria e conselheiros fizeram o juramento de pé e receberam uma chuva de aplausos de toda a plateia ao final.
Antes dos discursos principais da solenidade, um momento ímpar foi o reingresso aos quadros da Seccional do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, que recebeu das mãos de Ophir sua nova carteira da Ordem. Com um sorriso no rosto, o agora advogado Britto ressaltou a satisfação em retornar à sua casa, onde ingressou à época a Faculdade de Direito de Sergipe. Aproveitou para ressaltar toda sua trajetória por diversos órgãos jurídicos, como o Conselho Federal da OAB e o próprio STF e, por fim, engrandeceu a “sergipanidade”. “O povo sergipano é cordial, simples, agregador. No Supremo Tribunal Federal e em toda minha trajetória eu busquei mostrar este nosso exemplo e é com muita satisfação que retorno à minha casa”.
Inácio Krauss, presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (CAA/SE), em um ato inédito teve a oportunidade de discursar. Rememorou sua trajetória ao ingressar em 2009 a CAA/SE, ainda como secretário geral, e sua chegada à presidência em 2011, após o afastamento da então presidente Glícia Salmeron e um questionamento feito pelo Conselheiro Seccional do Espírito Santo, Aurélio Belém, “Inácio, o que é a CAA/SE, o que é que a CAA/SE proporciona aos advogados?”. E ele afirmou: “Nascia naquele exato momento o lema da gestão que ali se iniciava: prestar serviços e informação aos advogados e seus dependentes para que viessem conhecer e utilizar os serviços da CAA/SE, a fim de que fizessem valer o pagamento da anuidade da OAB”.
Fez questão de ressaltar todos os serviços da CAA/SE, seus funcionários, a diretoria anterior e a atual. Por fim, lançou: “não fomos eleitos para apenas sair em foto ou ter o nome inserido na revista da OAB. Fomos eleitos para trabalhar para os advogados! Senhores diretores da CAA/SE, peço total empenho nesta caminhada, e que tudo seja feito com o coração, pois só assim encontraremos e observaremos a felicidade”.
Em seguida, o presidente reeleito com mais de 72% dos advogados ativos votantes, Carlos Augusto Nascimento, trouxe um discurso carregado de emoção. Ressaltando os desafios em seus primeiros três anos e fazendo apontamentos promissores aos próximos três, Carlos Augusto alocou a crise institucional ainda presente em nosso país. “A OAB, e já não falo apenas a Seccional, mas do Conselho Federal, tem o dever de demonstrar que a ética não está ultrapassada. Pode-se até compreender que está fora de moda, mas reafirmá-la é mais do que necessário, é fundamental e inegociável”.
Carlos Augusto, em suas palavras finais, lançou um pedido de agradecimento e desculpas aos seus familiares pelas ausências, faltas, os pecados e as inversões de prioridades. E estendeu um pedido de paciência as esposas e esposos de alguns conselheiros e conselheiras, dizendo-lhes: “serão três anos nos quais terão que dividir seus amores com a Ordem e com este Presidente”. E continuou: “mas, somos uma família e, em nome da família, deveremos sempre fazer renúncias e concessões, tudo em nome da Ordem e suas bandeiras”. E encerrou com os dizeres de Martin Luther King: “Não fiz o melhor, mas fiz tudo para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas não sou o que era antes”.
Para finalizar a noite com chave-de-ouro, Ophir Cavalcante, retomou a palavra. “Fico muito feliz em retornar a Sergipe e ter a oportunidade de vivenciar dois momentos num só, sobretudo ter a honra de entregar a carteira deste ilustre jurista sergipano, Carlos Ayres Britto”. Exaltou o advogado através de dois poetas; A primeira, Cora Coralina: “Desistir… eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.”. E, o segundo através dos dizeres do pernambucano, Capiba, “essa é madeira de lei que cupim não rói”.
OAB/SE