Camila Campanerut
Do UOL, em Brasília
A aprovação pessoal do modo de governar da presidente Dilma Rousseff atingiu novo recorde, 78%, um ponto percentual acima do apurado em setembro deste ano. O novo patamar, no entanto, está dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi apresentado nesta sexta-feira (14) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em parceria com o Ibope, em Brasília. Esta é a quarta e última pesquisa do instituto no ano de 2012.
O índice é superior aos alcançados pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (61%) e Luiz Inácio Lula da Silva (62%), no mesmo período de seus governos.
Ainda segundo a pesquisa, o percentual dos que desaprovam Dilma oscilou de 18% em setembro para 17% em dezembro.
O governo de Dilma Rousseff teve a aprovação de 62% dos brasileiros, índice igual ao registrado na última pesquisa, divulgada em setembro deste ano.
Na pesquisa divulgada hoje, 29% avaliam o governo como regular e 7% como ruim e péssimo. A aprovação do governo Dilma ao final do segundo ano do primeiro mandato também supera a de FHC (47%) e Lula (41%).
A confiança na atuação da presidente frente ao cargo mais alto do Executivo nacional ficou em 73%.
A pesquisa avalia trimestralmente a opinião pública com relação à administração federal. A CNI/Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 142 municípios entre os dias 6 e 9 de dezembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e grau de confiança de 95%.
A divulgação da pesquisa coincide com o aniversário da presidente, que faz hoje 65 anos. Ela está em viagem oficial à Rússia.
Em relação à expectativa para os dois anos restantes do governo, 62% dos entrevistados acreditam que o final do governo será ótimo ou bom; 25% creem que será regular e 7% esperam que seja ruim ou péssimo.
Notícias do governo
Os entrevistados foram questionados sobre quais assuntos mais se lembravam no noticiário sobre temas relativos ao governo federal.
Os mais citados foram o julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), lembrado por 23% dos entrevistados; o anúncio de redução nas tarifas de energia para 2013, com 14%, a Operação Porto Seguro da Polícia Federal (que deflagrou esquema de venda de pareceres técnicos), com 10%; a CPI do Cachoeira foi citada por 10% dos ouvidos; seguida pela posse do ministro Joaquim Barbosa como presidente do STF, citada por 5%.
Ao avaliar o teor das notícias divulgadas sobre o governo na imprensa, 24% dos entrevistados apontaram os fatos como favoráveis; 35% que acham desfavoráveis e 18% consideram as notícias neutras.
Críticas às políticas públicas
Apenas três das nove políticas públicas do governo indicadas na pesquisa foram aprovadas pelos entrevistados. As ações relacionadas ao combate à pobreza obtiveram a melhor avaliação, com a aprovação de 62% dos entrevistados. A maioria dos entrevistados também aprovou as políticas de combate ao desemprego (56%) e as de proteção ao meio ambiente (52%).
Já as políticas reservadas para a área da saúde tiveram a pior avalição, com 74% de desaprovação dos entrevistados. Em seguida, apresentaram altos índices de desaprovação as políticas de segurança pública (68%); impostos (65%); educação (56%); juros (51%) e combate à inflação (50%).
Resultado positivo vem do enfoque social, diz CNI
O gerente executivo de pesquisa da CNI, Renato Fonseca, destacou que as avaliações da presidente e de seu governo vêm de forma contínua tendo resultados positivos devido à manutenção no enfoque nas políticas sociais de combate à fome e pobreza e ao desemprego, que são as marcas do governo dela e do ex-presidente petista.
“A população ainda não está sentindo os reflexos do baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a renda continua subindo, o desemprego está baixo e o efeito é muito mais severo nas empresas. Na indústria, o emprego parou de crescer”, afirmou.
Fonseca também aponta que a rápida resposta aos casos de corrupção como a demissão de funcionários após a deflagração da Operação Porto Seguro da Polícia Federal também não afetou a popularidade de Dilma, pelo contrário: “já na pesquisa passada, isso se mostrou claramente como um fato positivo, ela atuou rapidamente na demissão dos envolvidos e na apuração dos casos”.