A importância cultual e econômica do Rio São Francisco, que completou 511 anos no último dia 4 de outubro foi tema de pronunciamento do deputado federal Márcio Macêdo, no plenário da Câmara, nesta semana. A necessidade urgente de preservação do “Rio da Integração Nacional” ou, simplesmente, “Velho Chico”, foi um dos pontos destacados pelo parlamentar.
No discurso, Márcio Macêdo explicou que o aniversário do Rio São Francisco é comemorado a partir de sua descoberta, por Américo Vespúcio, em 1501. Como era Dia de São Francisco, o navegador batizou-o com o nome do santo. Antes, o rio era chamado, pelos índios, de “Opará, o Riomar”, segundo o deputado.
Atualmente, cerca de 18 milhões de brasileiros são beneficiados pela Bacia do São Francisco, que abrange seis Estados: Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Goiás, num total de 505 Municípios.
“Mas não se trata apenas de um rio, como tantos de que a natureza dotou o Brasil. No Nordeste, tornou-se uma entidade mítica: o Velho Chico. E isso ocorre não apenas no Nordeste, mas em toda parte por onde cumpre seu curso abençoado”, afirmou Márcio, citando o “Velho Chico” como personagem de um dos maiores romances épicos da literatura brasileira, o “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, além de ser tema de músicas e poesias de Luiz Gonzaga a Leandro Gomes de Barros.
Segundo o deputado, “na aridez do Sertão, o rio é visto como um presente de Deus, a propiciar esperança e alegria para àqueles que dele sobrevivem”. Na avaliação de Márcio, isso é simples de entender: “o São Francisco é a principal fonte de vida e de riqueza por onde passa, possibilitando o múltiplo uso do seu potencial hídrico, para abastecimento humano, agricultura irrigada, geração de energia, navegação, piscicultura, lazer e turismo”.
No pronunciamento, o parlamentar sergipano destacou algumas belezas naturais do rio como cachoeiras. Ele também ressaltou a criação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, a Chesf, que abastece hoje todo o Nordeste e da Comissão de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, que, posteriormente, já em 1974, passaria a se chamar Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
“Desnecessário dizer que todas essas iniciativas contribuíram enormemente para o progresso da região. Mas o progresso, frequentemente, é faca de dois gumes. A cultura ambiental é ignorada por muitos empreendedores, não obstante a ação cada vez mais intensa dos órgãos de fiscalização governamentais. E o resultado é que, já há alguns anos, problemas de natureza social e econômica vêm afetando o percurso natural do Velho Chico, como o assoreamento, o desmatamento de suas várzeas, a poluição, a pesca predatória, as queimadas, o garimpo e a irrigação”, alertou.
Nesse contexto, Márcio Macêdo concluiu o discurso lendo versos da poetisa Naiara Lopes de Oliveira, autora de alguns versos em homenagem ao rio. “Só peço a Deus que este rio / Seja sempre preservado. / Não pela ganância e o dinheiro, / Que o torna injustiçado”, recitou.
Assessoria Parlamentar