Em Sergipe, por exemplo, os motoristas das ambulâncias do Samu estão parados há dez dias. Com a greve, das 58 ambulâncias que atendem a todo o estado, apenas 29 estão a serviço da população.
Os problemas da saúde pública no Brasil são conhecidos. Com as greves, a situação fica ainda mais difícil. Em Sergipe, por exemplo, os motoristas das ambulâncias do Samu estão parados há dez dias. Seis em cada dez pessoas que chamam o socorro acabam sem atendimento.
O choque entre dois carros parou a BR-101 em Sergipe. Como havia vítimas, o socorro foi chamado imediatamente. Mas não chegou. Três pessoas morreram. Duas diante dos parentes, que nada puderam fazer.
“Pelo tempo que ligamos, se eles viessem, dois estariam vivos”, afirma Josafá Oliveira, gari.
Por causa da greve dos condutores de ambulâncias do Samu, de 100 ocorrências, 60 deixam de ser atendidas. Os veículos estão parados. Os condutores em greve reivindicam a recomposição dos salários, sem reajustes há cerca de nove anos, segundo o sindicato da categoria. Com a greve, das 58 ambulâncias que atendem a todo o estado, apenas 29 estão a serviço da população.
“Não é justo uma pessoa dar tudo de si pelos outros, tentando salvar a vida dos outros e no final do mês estar com R$ 642,65”, afirma Adilson Ferreira Melopres, do Sindicato dos Condutores de Ambulâncias do Samu.
A direção do serviço tem remanejado ambulâncias de uma cidade para outra, na tentativa de suprir a demanda. “Nesse momento há um prejuízo para a assistência e a pessoa demora um tempo maior para ser atendida”, explica Leonardo Coelho, supervisor do Samuse.
Marine não esperou. Nasceu em casa. Sem poder contar com uma ambulância, Débora teve a filha apenas com a ajuda da sogra. Somente depois recebeu orientações de uma médica do Samu por telefone.
“Quem me levou foi um policial, porque a menina estava ficando toda roxa já”, conta Débora Veloso da Conceição. Mãe e filha agora se recuperam do susto.
A Secretaria Estadual da Saúde de Sergipe disse que os salários dos servidores são corrigidos anualmente, no mínimo, pelo índice da inflação. A secretaria acrescentou também que este ano já houve reajuste e que o aumento de 13%, pedido pelos motoristas, é inviável.
Do Bom Dia Brasil