A Comissão de Negociação dos Comerciários quer contar com o maior número possível de empregados do comércio na rodada de negociação do acordo salarial da categoria, que acontecerá nessa quarta-feira (22/08), às 9h30, na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, SRTE. Até agora foram realizadas duas rodadas, mas não houve entendimento entre as partes. Segundo a Comissão, além de não apresentar um índice de reajuste decente, os patrões pretendem retirar dos comerciários o percentual mensal de 6% de adicional de produtividade; querem que a categoria trabalhe em quase todos os feriados (com exceção do 1º de Janeiro, 1º de Maio e 25 de Dezembro), aos domingos e ainda tentam acabar com a gratificaçã o de 100% nos feriados para reativar o banco de horas.
“O que impede o fechamento do acordo da Convenção Coletiva de Trabalho de 2012 é a intransigência dos patrões, que insistem em empurrar uma proposta retirando conquistas dos comerciários e isso dificulta o avanço das negociações. O Sindicato tem reagido com firmeza e espera contar com a presença dos trabalhadores do comércio nessa reunião, o que dá mais força para cobrar dos patrões um acordo justo”, diz Ronildo Almeida, membro da Comissão de Negociação.
Além do aumento real de 10%, os comerciários de Sergipe querem reposição de perda salarial de 1º de maio de 2011 a 30 de abril de 2012 e ganhos sociais, como vale refeição. A pauta de reivindicações foi entregue à Federação do Comércio de Sergipe (Fecomércio) em 29 de Março porque a data-base do comerciário é 1º de Maio. “Achamos que os comerciantes têm condições de fazer proposta nesse sentido, até pelo fato de o setor continuar crescendo, vendendo bem, graças aos incentivos do governo federal”, avalia o sindicalista.
EXPECTATIVA
Com a convocação para a nova rodada de negociações, Ronildo Almeida espera que os patrões apresentem dessa vez uma proposta que agrade os trabalhadores. A Comissão de Negociação quer negociar com os dirigentes patronais de Aracaju acordo semelhante ao fechado com o do Sindicato do Comércio Varejista em Geral de Tobias Barreto, que garantiu desde 1º de janeiro deste ano piso unificado de R$ 676,00, hora extra com acréscimo de 100%, além de outras conquistas.
“Os dirigentes de Aracaju estão dificultando o acordo e precisamos barrar essa intransigência dos patrões, mas essa questão não depende só da vontade do sindicato. A Comissão de Negociação tem feito um esforço grande, porém os comerciários precisam reagir. Desde abril quando iniciamos a campanha salarial estamos mobilizando a base em defesa das nossas reivindicações. O sindicato tem distribuído informe, convocado os trabalhadores para as assembleias, e temos agora a oportunidade de achar a melhor solução para todos”, afirma Ronildo.
Os quase 100 mil comerciários de Sergipe tem uma das mais avançadas convenções coletivas de trabalho do país. Os empregados do comércio recebem 6% de produtividade; tem estabilidade de 30 dias após retorno das férias, 45 dias após atestado médico e estabilidade para quem falta um ano para se aposentar. Enquanto o comerciário luta em diversos estados para acabar com o banco de horas, em Sergipe o sistema deixou de existir nos últimos três anos. Em algumas capitais o comerciário trabalha Natal e até Ano Novo, mas no estado o empregado do comércio só trabalha nos feriados que são autorizados pelo sindicato por meio de acordo com o setor patronal. No feriado, além do dia trabalhado, o comerciário recebe hora extra, gr atificação, vale transporte e alimentação.
ASCOM FECOMSE