O adversário da Seleção sairia do confronto entre Grã-Bretanha e a Coreia do Sul
A Seleção Brasileira esteve por duas vezes atrás no placar, mas superou os sustos e venceu Honduras por 3 a 2, neste sábado, no Saint Jame’s Park, em Newcastle, pelas quartas de final da Olimpíada. Depois de eliminar a badalada Espanha na primeira fase, os hondurenhos mostraram mais uma vez que são especialistas em surpreender os favoritos. Com um jogador a mais desde o primeiro tempo, a equipe de Mano Menezes precisou de uma boa atuação de Leandro Damião, autor de dois gols, para garantir a sexta participação brasileira em semifinais olímpicas.
O adversário da Seleção pela vaga na final sairia do confronto entre a anfitriã Grã-Bretanha e a Coreia do Sul, que será disputado ainda neste sábado, em Cardiff. Seja qual for seu rival, o Brasil definirá sua vida nos Jogos de Londres na terça-feira, às 15h45 (de Brasília), no Estádio Old Trafford, em Manchester.
Surpresa no início
A ironia é que a Seleção poderia ter se livrado dos sustos em cinco minutos. Foi o tempo suficiente para que Damião e Oscar perdessem logo de cara duas chances claras de abrir dois gols de diferença. A primeira delas veio aos 30 segundos, quando o camisa 9 ganhou uma disputa pelo alto e saiu na cara do goleiro Mendoza, mas bateu para fora. Logo depois, Oscar recebeu de Neymar na marca do pênalti e carimbou a zaga.
O castigo pela falta de pontaria veio rapidamente. Os hondurenhos deram as caras no ataque somente aos 12 minutos, mas foram fatais. Figueroa dominou mal um passe na entrada da área e a bola sobrou caprichosamente para Martinez acertar um belo chute de primeira, no ângulo de Gabriel, que ganhou a vaga de Neto no gol brasileiro.
O problema para Honduras é que o lateral Crisanto, que já havia cometido seis faltas no jogo, entrou forte em Hulk e Neymar num intervalo de um minuto. Ganhou dois cartões amarelos, consequentemente um vermelho, e ainda uma bela bronca do técnico Luis Suárez na saída de campo. Espaço era o que o Brasil mais precisava. Aos 37, Hulk recebeu na área, foi à linha de fundo e cruzou; Damião se aproveitou da indecisão dos zagueiros e empatou, de carrinho. Logo em seguida, Mano decidiu se precaver de uma eventual compensação da arbitragem e trocou Sandro, que já tinha amarelo, por Danilo.
Vacilo quase custou caro
Quando se imaginava um segundo tempo mais tranquilo por conta da superioridade numérica brasileira, nova surpresa. Logo aos 2 minutos, Espinoza bateu rasteiro da entrada da área, Gabriel demorou para cair e viu a bola morrer na rede. A sorte do Brasil é que a reação foi instantânea. Um minuto depois, o árbitro alemão Felix Brych marcou pênalti duvidoso de Velásquez sobre Damião. Neymar cobrou no ângulo direito e comemorou seu terceiro gol na Olimpíada.
Os hondurenhos marcavam forte, e a torcida inglesa começou a se impacientar com as quedas dos brasileiros. Neymar, o “símbolo” das supostas simulações, passou a ser vaiado a cada toque na bola. Mas, concentrado, a seleção ignorou a reação das arquibancadas e virou o jogo com Damião, que recebeu do próprio Neymar na área, girou sobre a zaga e bateu no canto direito, aos 14.
A partir daí o jogo ficou travado. Honduras só ameaçou nas saídas de gol do inseguro Gabriel, e o Brasil não melhorou nem mesmo com a entrada de Lucas no lugar de Hulk. Só não se pode dizer que a tranquilidade reinou no gramado do Saint Jame’s Park porque Rômulo, Damião e Marcelo também receberam cartões amarelos e Espinoza foi expulso e saiu de campo como herói, aplaudido pela torcida.
Agência Estado