“Vamos reoxigenar o nosso partido na Capital e no interior, preparar a militância para 2012, contribuir através de nosso jeito de fazer política com a construção de uma sociedade cada mais justa”. É esse o compromisso assumido pelo novo presidente do Partido dos Trabalhadores, deputado federal Rogério Carvalho (PT/SE), filiado ao PT desde 1990, ainda enquanto estudante de Medicina e militante do movimento estudantil da UFS. O anúncio foi feito hoje,25, pelo governador Marcelo Deda, durante coletiva de imprensa que anunciou Valadares Filho como candidato da base aliada a prefeitura de Aracaju. Rogério também era pré-candidato.
“Rogério sai maior do que quando entrou. Mostrou que tem coragem ao enfrentar a campanha difamatória, conquistou o partido e é líder porque a militância o escolheu nas prévias e ele alcançou mais de 60% dos votos. Ele soube construir sua luta, sua unidade e teve humildade de ouvir os líderes e não ser candidato, mas por sua trajetória que nos orgulha será o Presidente do PT, do meu partido, o líder da bandeira vermelha e da estrela no peito”, anunciou o governador Marcelo Déda. Rogério se comprometeu a ajudar na candidatura do também deputado federal Valadares Filho (PSB), que agradeceu o gesto: “Um dia seremos liderados por vossa excelência, se não fosse pelo senhor, isso aqui não estaria acontecendo. Agora, todos nós dessa coligação temos obrigações com você”, disse o pré candidato.
“Não poderia deixar de agradecer aos milhares de filiados e simpatizantes do meu partido pelo apóio em nossa pré candidatura. Lutei com todas as forças mas sou fiel as regras submetidas pelo meu partido. O PT instaurou uma nova forma de se relacionar com o povo e com os outros partidos. Sim, Lutei até o último momento mas precisamos entender que a maior riqueza que nós temos é a unidade. Temos que reconhecer que o método da base aliada de promover a alternância de partidos no executivo. Esta não é a campanha do PSB é a campanha de um bloco, por isso estarei ao lado de Valadares Filho neste pleito”, informou Rogério durante a solenidade.
O novo presidente do PT de Sergipe,é médico sanitarista formado pela UFS, com doutorado em Saúde Pública pela Unicamp. Tem um vasto currículo na área de Saúde Pública tendo sido Secretário de Saúde do Estado e do município de Aracaju. Em 2010 foi o deputado federal eleito com a maior votação da história de Sergipe, com 116.417 votos. É coordenador da área de Saúde da Bancada do PT, além de ser o único deputado sergipano que consta na lista dos mais influentes do Congresso divulgada pelo GEAP. Em entrevista, ele fala dos novos desafios.
– Chegar a presidência do PT foi um caminho natural já que o senhor foi o deputado federal mais votado da história de Sergipe e conta com relações importantes em Todo o Estado. Quais são as primeiras ações como presidente da Legenda em Sergipe?
RC- Concluir os processos de composição das Chapas para aprovação nas convenções e consolidar os nossos palanques em todo o Estado de Sergipe na sequência, acompanhar as eleições e continuar em contato com os diretórios municipais, investir na capacitação de nossos dirigentes partidários, criar uma organicidade do Diretório Estadual com os municipais para que o partido seja uma força incontestável em nosso Estado.
-O senhor é militante social desde 1986, tendo ingressado no PT em 1990. Atuou em Aracaju na década de 80 e na Região de Campinas-SP. Fale um pouco desses dois momentos.
RC- Eu entrei na Pastoral universitária na primeira semana de aula, em outubro de 1986 e um ano depois eu já era coordenador da Pastoral Universitária e a partir daí comecei a me envolver também nas atividades do centro acadêmico de Medicina da UFS que naquele tempo lutava pela abertura do Hospital Universitário. Então nós fizemos várias ações como uma exposição com as más condições da época do hospital de Cirurgia e fizemos um movimento para a ocupação do Hospital Universitário o HU. Conseguimos nesta época fazer a transferência do curso de medicina para este hospital, transferimos o curso de medicina do Hospital de Cirurgia para lá, ou seja, abrimos esta unidade de ensino e saúde para atendimento na comunidade, tudo isso fruto de minha militância e dos companheiros a frente do Centro Acadêmico de Medicina. Conseguimos também trazer a Hildete Falcão a época como Maternidade Escola. Ou seja, foi um período muito rico enquanto líder do movimento estudantil na UFS. Além disso, foi um momento importante para a Universidade. Nós levamos o curso de medicina para dentro da periferia de Aracaju, ali na Palestina e Cidade Nova, consideradas na época umas das regiões mais pobres da cidade de Aracaju. Além disso, nós aprovamos que o Centro de Saúde Francisco Fonseca fosse usado, ou seja, os estudantes de medicina estavam no seio da comunidade e em contato com aquela realidade social. Neste momento também me tornei uma liderança nacional no movimento estudantil. Entre 1992 e 1993 fui o presidente da Federação dos Estudantes de Medicina do País. Foi neste período que eu conheci todas as escolas médicas do Brasil. Eu saí daqui de Sergipe no final de 1993, quando fui aprovado na Residência Médica na Unicamp, e assim que entrei assumi a secretaria geral dos Residentes Médicos da Unicamp, fui médico residente chefe no Hospital da Universidade Federal de Campinas. Depois fui eleito presidente da Associação Nacional de médicos residentes, depois disso, passei no concurso para médico fiscal no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, depois assumi a presidência do Sindicato dos médicos de Campinas e Região em 1997 e em 1999 fui eleito presidente da Federação dos Médicos do Estado de São Paulo, além disso, fui eleito membro do diretório do PT de Campinas e da executiva do PT de Campinas, portanto, trabalhei no movimento associativo médico, sindical médico. Além disso, trabalhei como pesquisador na Comissão Nacional de Avaliação do Ensino Médico, considerada na época uma das pesquisas mais importantes na América Latina em todos os tempos.
– Quais os critérios que o PT levará em conta para indicar o vice prefeito na Chapa de Valadares Filho?
RC- É importante que o vice tenha densidade eleitoral, ou seja, tenha sido testado nas urnas, tenha base na capital e agregue forças para a chapa majoritária. São os três critérios que nós, do partido levaremos em consideração na indicação do vice do companheiro Valadares Filho.
– Qual a sua avaliação do cenário do PT em todo o Estado com relação as Eleições 2012.
RC- Eu acredito que neste ano teremos um aumento de 40% das cidades governadas pelo Partido. E também vamos ampliar nossa presença através de vices prefeitos. O PT não é um partido que cresce de acordo com o momento de ascensão ao poder do partido, ou seja, alguns partidos quando assumem o governo eles crescem muito. Já o PT é um partido que cresce de forma sustentável, ele vai crescendo de acordo com o amadurecimento de sua militância e decorrente das relações dos seus quadros com os setores da sociedade. É um partido que cresce regularmente nas eleições e deve crescer neste ano como aconteceu em pleitos anteriores.
Da Assessoria.