Suspeito se apresentou à polícia e morreu dois dias depois.
Tiroteio precedeu a chacina dentro de hospital no dia 27 de abril.
O suspeito de envolvimento no tiroteio na avenida Santa Gleide em Aracaju, Sergipe, morreu às 6h de quarta-feira (13) em decorrência de uma parada cardiorrespiratória que aconteceu enquanto ele era submetido a uma cirurgia no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Os médicos o reanimaram, mas no pós-operatório ele apresentou novas complicações.
Segundo o relatório médico divulgado nesta quinta-feira (14) pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), o suspeito de 25 anos foi inicialmente levado para a Unidade de Pronto-Atendimento Fernando Franco e de lá foi encaminhado para o Huse.
“O paciente deu entrada no Huse já com quadro instalado de grave choque hemorrágico, sem indicação de há quanto tempo, sem pulsos periféricos. O quadro fora decorrente de ainda na Unidade de origem ter-se tentado drenar uma tumoração [acúmulo de líquido em decorrência de reação inflamatória] que o paciente apresentava em raiz do membro superior direito”, afirma a FHS no relatório.
De acordo com Francisco Claro de Oliveira, superintendente do Huse, o suspeito passou por cirurgia às 13h de terça para o “procedimento da revascularização com enxerto de safena-magna”, ou seja, para reestabelecer os batimentos cardíacos que estavam comprometidos.
O suspeito chegou a ir para uma sala de pós-operatório e respirava com ajuda de aparelhos além de ser medicado para evitar novas complicações. Ele morreu às 6h do dia seguinte à cirurgia e o corpo deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) às 10h25 de quarta-feira.
Contradições
A delegada Thereza Simony Nunes Silva, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse ao G1 SE que encontrou na casa do suspeito um exame raios-X feito em 9 de maio que apontava que uma bala estava alojada no braço direito.
Na busca em cumprimento a um mandado de prisão temporária, a delegada disse que foram encontrados uma arma, maconha, crack e cocaína.
“Ele se apresentou à polícia e colhi o depoimento dele na segunda-feira (11), no dia seguinte de manhã ele foi levado para a unidade de saúde. Mas ele nega que o ferimento foi resultado do tiroteio na Avenida Santa Gleide, ele afirma que aconteceu no dia 25 de janeiro”, relata a delegada.
O pai do suspeito relatou no IML que o filho foi vitima de uma bala perdida em janeiro e que ficou impossibilitado de retirar o projétil, pois corria risco de vida sem identificar qual era o empecilho para ele procurar o atendimento médico.
Marina Fontenele do G1 SE