Os professores da rede estadual decidiram continuar a greve iniciada no dia 16 de abril. A programação de atos continua nesta sexta-feira (04) a partir das 9h com a Feijoada da Resistência em frente ao Palácio de Despachos.
Na segunda, dia 07, o ato será em frente a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão a partir das 8h. No mesmo dia às 14h no Instituto Histórico e Geográfico será realizado um estudo sobre “As Implicações da Implantação do Índice Guia e do Compromisso de Gestão nas Escolas Públicas de Sergipe”.
Durante a assembleia a presidenta do SINTESE avaliou com os professores sobre a audiência com o governador Marcelo Déda ocorrida na segunda-feira, dia 30. “O governador não nos acenou com nenhuma proposta, mas nós sabemos que há alternativas para o reajuste do piso, o que está faltando ao governo é uma política séria de valorização dos educadores e buscar uma alternativa para que a lei do piso seja cumprida”, apontou.
Os professores avaliaram que continuarão na luta pelo reajuste de 22,22% para todos os professores, o resultado da audiência e a tentativa dos governador de dividir a categoria não vão esmorecer a luta.
A forma como o governo apresentou os dados na audiência e relatou em release distribuído para os órgãos de imprensa não levou em consideração que o Estado já está “bancando” com recursos deste ano, o retroativo que deveria ser pago ano passado, isso já significa um comprometimento de recursos que já chega q quase o percentual do reajuste do piso salarial.
Outro dado curioso: as parcelas do retroativo terminam em agosto. Se o governo insistir em desconsiderar a lei do piso e reajustar os salários dos professores em 6,5% quando setembro chegar os professores vão receber menos do que estão recebendo agora.
Vale ressaltar que o percentual exigido de reajuste pelos professores de 22,22% para todos os níveis não saiu do acaso. Esse é o mesmo percentual de reajuste dos recursos do FUNDEB – Fundo de Manutenção da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação, fundo este utilizado para o pagamento de salários dos educadores, logo houve um crescimento dos investimentos do FUNDEB que devem ser repassados para o pagamento dos professores.
Os recursos do Fundeb estão diretamente ligados ao número de alunos matriculados na rede de ensino. Quanto menos alunos, menos possibilidade de receber mais recursos. A política de fechamento de turmas, turnos e escolas tem gerado nos últimos anos um prejuízo que bateu na casa dos R$91 milhões de reais em 2011, ou seja, a Secretaria de Educação deixou de receber quase R$100 milhões ano passado.
É notório que o Estado de Sergipe não tem cumprido o seu papel constitucional de garantir o Ensino Médio para os jovens entre 15 e 17 anos. Estudos apresentados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA mostrou que em Sergipe quase metade dos jovens que deveriam estar no Ensino Médio estão fora da escola.
A chamada pública e uma séria política de manutenção das escolas, fornecimento de material didático, transporte, alimentação escolar e valorização dos educadores são caminhos para o fortalecimento da escola pública, a possibilidade de se ter mais alunos e consequentemente os recursos para a Educação serão acrescidos.
Uma nova assembleia está marcada para o dia 08, às 15h no Instituto Histórico e Geográfico para definir os rumos do movimento.
Fonte: Sintese