Por Rita Oliveira – Jornal do Dia
Navalha 1 – A ministra Eliana Calmon colocou na pauta do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dessa quarta-feira, 2 de maio, a partir das 14h, o processo da Operação Navalha. O julgamento é para que o STJ receba a denúncia da Procuradoria Geral da República contra os indiciados no processo.
Navalha 2 – No processo que vai a julgamento hoje no STJ consta o envolvimento de 17 réus, sendo 11 de Sergipe. São eles: Flávio Conceição, João Alves Filho, João Alves Neto, Ivan Paixão, Victor Mandarino, Gilmar Mendes, Max Andrade, Roberto Leite, Kleber Curvelo Fontes, Sérgio Duarte Leite e Renato Conde Garcia.
Navalha 3 – Os outros seis réus são da Bahia. São eles: Zuleido Veras, dono da Gautama e chefe do esquema; Maria de Fátima Palmeiras, braço direito de Veras e diretora comercial da Gautama; Gil Brito Vieira, Humberto Rios de Oliveira e Ricardo Magalhães Silva.
Histórico da Navalha 1 – A Operação Navalha foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 15 de maio de 2007 visando desbaratar esquemas de corrupção relacionados à contratação de obras públicas feitas pelo governo federal. Na época foram expedidos mais de 40 mandados de prisão preventiva e 84 mandados de busca e apreensão, decretados pela ministra Eliana Calmon. Mais de 400 policiais foram mobilizados nos estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, São Paulo e no Distrito Federal.
Histórico da Navalha 2 – De Sergipe chegaram a ser algemados, presos e levados para a sede da Polícia Federal em Brasília o então conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Flávio Conceição; o construtor João Alves Neto; e o ex-deputado federal Ivan Paixão. Eles passaram cerca de uma semana detidos.
Histórico da Navalha 3 – Flávio Conceição – ex-chefe da Casa Civil do ex-governador João Alves Filho e conselheiro do TCE aposentado compulsoriamente pelo seu envolvimento na Navalha, que recorreu da decisão no STF – sempre teria atuado em favor da Gautama, segundo as investigações. Ele teria recebido propina enquanto era chefe da Casa Civil e intermediado propinas para João Alves Neto, filho do então governador João Alves. Mesmo no Tribunal de Contas, ele teria ajudado o esquema pedindo a liberação de recursos devidos à Gautama.
Histórico da Navalha 4 – Segundo as investigações, João Alves Neto comandava a área financeira do Estado mesmo sem exercer cargo público. A Polícia Federal diz que ele recebeu propinas da organização criminosa para autorizar liberação de recursos para a Gautama e viabilizar empréstimos à empresa.
Histórico da Navalha 5 – Já o ex-deputado Ivan Paixão, segundo as investigações, teria ajudado a intermediar a liberação de recursos para eventos que beneficiariam a Gautama. A liberação foi de aproximadamente R$ 6,8 milhões e ele teria recebido em troca uma propina de R$ 50 mil.
Histórico da Navalha 6 – A Polícia Federal identificou os envolvidos como membros de uma organização criminosa que atuava desviando recursos públicos federais. As investigações da PF, que começaram em novembro de 2006, apontam o desvio de recursos dos ministérios de Minas e Energia, da Integração Nacional, das Cidades e do Planejamento. Na época, o ministro das Minas e Energia foi exonerado do cargo. De acordo com a PF, o esquema utilizado pelos envolvidos consistia em superfaturar obras previstas no PAC. Em Sergipe, o desvio teria ocorrido na Deso, com a obra da adutora do São Francisco.