Encerrando a Semana da Caatinga, a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) realizou na tarde de hoje, 27, a programação em comemoração ao Dia Nacional da Caatinga (28 abril), com apresentação do Concerto da Orquestra Sanfônica de Aracaju e da exposição “Um Olhar sobre a Caatinga”. O evento aconteceu na praça Fausto Cardoso, em frente ao Palácio Museu Olímpio Campos, com a participação do secretario do Meio Ambiente, Genival Nunes.
Durante a comemoração, curiosos, alunos e turistas que passavam pelo local ficaram maravilhados com a tamanha diversidade que a caatinga oferece ao vê a exposição montada na praça, em que foi mostrada a paisagem da fauna e da flora da caatinga, assim como o seu artesanato, frutas e verduras da região. Todos também pararam para assistir a apresentação da Orquestra Sanfônica, tocando músicas populares.
A turista Mércia Andrade, do interior de São Paulo, disse que ficou admirada em conhecer uma outra realidade do bioma caatinga. “Temos um conceito muito diferente do que é a caatinga, e vendo essas fotos nos deparamos com outra realidade daquilo que aprendemos e ouvimos, e isso, foi um grande presente que recebi durante essa comemoração”, afirma.
O diretor de Política Agrária da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe (FETASE), Alberto Marques, que prestigiou o evento em comemoração a Semana da Caatinga, destacou que Sergipe está fazendo seu plano Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE/SE) com estratégias de atender as determinações do PAN-Brasil, combatendo o êxodo rural, dando oportunidade as famílias permanecerem no campo através das politicas públicas que mitigam esses efeitos.
Para a superintendente de Áreas Protegidas Biodiversidade e Florestas da Semarh, Valdineide a exposição “Um Olhar sobre a Caatinga” estimulou a população do litoral a ter uma visão diferente do único bioma exclusivamente brasileiro que mantém grande potencial biológico. “Ela tem como foco registar a diversidade das belezas cênicas da região, retirando a ideia da paisagem dominada por cactos e seca, abordando o cenário cinzento do período da estiagem com aspectos da vegetação espinhosa e sem folhas, em que alguns animais resistentes dão lugar a uma transformação mágica e uma variedade de organismo em formas de cores singulares que modificam toda a paisagem logo após as primeiras chuvas de inverno”.
“Isso desmistifica o conceito de que a Caatinga é um ecossistema improdutivo e pobre em diversidade. E a partir de hoje as pessoas vão perceber que esse bioma oferece riquezas através de sua fauna e flora, contando com um povo forte e trabalhador resistente às diversidades do clima”, comemora Valdineide.
Já o secretario do Meio Ambiente, Genival Nunes, destacou as ações que o Governo do Estado vem exercendo em função da preservação da caatinga, através do Monumento Natural Grota do Angico, unidade de conservação protegida pela Semarh. “O Mona, além de ser a primeira unidade de conservação criada pelo Governo de Sergipe no bioma caatinga, protege hoje através da Semarh cerca de 2.180 hectares de vegetação nativa, destinada a pesquisa, educação ambiental e turismo”, ponderou.
De acordo com Genival, além da biodiversidade que o Mona oferece a região se destaca pelo seu valor cultural e histórico, uma vez que o local marcou a morte de Lampião e de seu bando dando fim ao movimento do cangaço.
Saiba um pouco mais sobre a Caatinga
Formação vegetal encontrada na região do semi-árido nordestino, embora também presente nas regiões extremo norte, de Minas Gerais e sul dos estados do Maranhão e Piauí, a Caatinga é típica de regiões com baixo índice de chuvas. Algumas de suas características: solo seco, presença de cactos e bromélias e forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes profundas. De rica fauna, há nela centenas de espécies, a exemplo do Veado-catingueiro, Preás, Gambás, Sapo-cururu, Cutia, Tatu-peba dentre outros.
Ascom/ Semarh