Situado no município de Carmópolis, a nova unidade educacional é fruto de um investimento de R$ 3,9 milhões
Na tarde desta quarta-feira, 26, o governador Marcelo Déda foi até o município de Carmópolis visitar o canteiro de obras onde está sendo edificada a primeira Escola Técnica Estadual de Petróleo e Gás. A nova unidade educacional faz parte da política de interiorização de educação profissional implantada pelo Governo do Estado, em virtude da necessidade da formação de mão de obra para atender às demandas de exploração de petróleo por parte da Petrobras, que tem sede no município. O estado de Sergipe produz petróleo há 50 anos e jamais um governo estadual construiu uma escola para formar técnicos na área.
A unidade ocupará uma área superior a 17 mil metros quadrados, e sua construção está sendo financiada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no âmbito do programa Sergipe Cidades. O custo total é de R$ 3,9 milhões, e a previsão de conclusão é para fevereiro de 2013.
Segundo Marcelo Déda, este investimento é um elemento fundamental para fazer com que o crescimento econômico pelo qual o país passa, beneficie a comunidade da região. “Hoje, o grande gargalo do desenvolvimento brasileiro é a mão de obra qualificada. Há muitos empreendimentos e investimentos, mas há dificuldade em recrutar trabalhadores qualificados para as vagas que surgem a partir desses investimentos, especialmente técnicos e engenheiros que possam ser contratados e ajudar nesse processo de desenvolvimento e crescimento econômico. Com a Escola Técnica, criaremos as condições para formar quadros de profissionais que preencham essas vagas”.
A prefeita do município, Esmeralda Cruz, disse que a escola técnica é um sonho antigo dos jovens da cidade. “Esta nova instituição, que vem das mãos do Governo do Estado, vai ajudar a manter os nossos jovens em Carmópolis, vai ajudar a qualificar nossa juventude e ajudar a desenvolver o município. Esta escola representa a concretização de um sonho antigo”.
Escolas Técnicas
Sergipe, que não tinha nenhuma escola técnica estadual, já conta, a partir da gestão do governador Marcelo Déda, com três unidades funcionando. Uma na área agrícola, que é a Escola Dom José Brandão de Castro, em Poço Redondo; outra na área da agroindústria, localizada no município de Neópolis; e a terceira focada na formação e qualificação na área de serviços como turismo e administração de condomínio – área que se encontra em expansão – em Aracaju.
A pretensão é que até o fim da gestão de Marcelo Déda sejam criadas cerca de 10 escolas de ensino técnico no estado, com subsídios do programa Sergipe Cidades. “Elaboramos este projeto dentro do programa Sergipe Cidades, que é um grande programa de investimento do Governo do Estado no interior de Sergipe. Fizemos esse programa para financiar nossos investimentos no interior, que vão desde escolas técnicas, como esta, até obras de infraestrutura urbana e econômica. Dentro desse projeto, apresentamos uma série de escolas técnicas, pois a nossa meta é que tenhamos, pelo menos, uma escola técnica em cada território de Sergipe. Como são oito territórios, o que queremos é que haja em cada um deles uma escola técnica voltada para vocação econômica daquele lugar”, explicou Déda.
Carmópolis
Em Carmópolis, a realização da construção da Escola Técnica de Gás e Petróleo partiu de uma solicitação feita pela prefeita esmeralda ao governador, que entendeu a necessidade local e atendeu o pedido da gestora municipal.
“Uma cidade como Carmópolis, que é o maior campo de petróleo terrestre do Brasil e está vinculada à história da exploração do petróleo em nosso país, até o momento não tinha uma escola técnica de petróleo. Nesses 50 anos que a Petrobras trabalha nessa região, os jovens de Carmópolis, ou da região, não tinham a oportunidade de disputar os melhores empregos. Com essa escola, o que queremos é oferecer a essa juventude um novo horizonte de oportunidades, fazendo com que o desenvolvimento do nosso estado beneficie a nossa juventude e a nossa classe trabalhadora”, afirmou Déda.
O governador acredita que a mão de obra formada a partir da escola técnica será absorvida pela economia local, uma vez que a Petrobras, maior empresa que atua na região, pretende explorar no solo de Carmópolis algo em torno de 500 milhões de barris, através de novas tecnologias, o que resultará em novos contratos. Déda vislumbra também que o maior benefício que se oferta à sociedade a partir de investimentos como estes, é o poder e a autonomia de proporcionar independência, através da qualificação profissional e o conhecimento. “Não é apenas para trabalhar aqui em Carmópolis, os técnicos formados podem trabalhar em Aracaju, na Bahia ou em qualquer outro lugar. O objetivo é colocar esses meninos no mercado de trabalho”, avaliou.
Marcelo Déda relatou ainda que aproveitou a visita da presidenta Dilma Rousseff , na última segunda-feira, 23, para buscar parcerias na solidificação da unidade educacional em Carmópolis. “Aproveitei a vinda da presidenta para mostrar a ela a importância desse investimento para a região e, a partir disso, Dilma pediu a presidenta da Petrobras que se responsabilizasse pelos equipamentos da escola. Assim, ficou assegurado que, logo após o término da construção, a Petrobras virá nos ajudar a montar os laboratórios e em seguida teremos o que será o grande investimento transformador nessa nova fase de Carmópolis”, ressaltou.
Interiorização da educação
Os investimentos e distribuição da educação profissional em Sergipe demonstram uma nova realidade que passa o estado: o desenvolvimento não centralizado unicamente na capital.
Déda explicou que buscar o desenvolvimento equilibrado faz parte da política de gestão do seu governo. “Sou filho de Simão Dias, e sou de uma geração que a gente era obrigado a sair da nossa cidade se quisesse estudar. Mas eu sempre pensei que, ou Sergipe se desenvolvia de forma equilibrada ou nós não conseguiríamos ter um bom modelo de desenvolvimento. É claro que a nossa capital precisa se desenvolver e estamos trabalhando para isso. Porém, compreendemos que um dos grandes erros da política antiga em Sergipe foi governar o estado olhando apenas para a praia e esquecendo o interior. O que estamos fazendo é investir em um projeto igualitário, espalhando o desenvolvimento por todo o estado e não concentrando em só um local”, avaliou o governador.
“Uma das coisas que me deixa muito feliz é que estou fazendo muito por esse estado e que não vou ter o proveito pessoal. Pois quando iniciarem, por exemplo, as riquezas proporcionadas pelo Projeto Carnalita, a serem incorporadas pelo Estado, ou quando a Universidade Federal de Sergipe formar a primeira turma de médicos, odontólogos, fisioterapeutas, enfermeiros ou fonoaudiólogos em Lagarto, não serei mais governador, mas minha alegria será a mesma, porque a gente trabalha de olho no futuro, pois a tarefa de um governador não é governar para si, nem para ganhar fama ou resultados para si próprio. A tarefa de um governador é trabalhar hoje com o olhar no amanhã, e o que estou fazendo é isso: plantando a semente hoje para que tenhamos no futuro um Sergipe mais desenvolvido, mais justo e equilibrado”, concluiu Déda.