Diante da ausência de representação do sindicato dos donos de meios de comunicação de Sergipe para negociar a convenção coletiva de trabalho 2012/2013, jornalistas e radialistas, indignados com a situação, deliberaram, em assembleia realizada na noite de terça-feira (24), pela realização de ato público no próximo dia 10/5, na porta de uma das empresas de comunicação do Estado.
O objetivo do ato é cobrar dos patrões uma definição na composição da direção do seu sindicato para que as negociações coletivas possam ser iniciadas, já que a data-base das duas categorias é 1º de maio.
Na última quarta-feira 18, a audiência de intermediação agendada na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) em Sergipe acabou frustrada porque a representação patronal não compareceu.
“Desde o ano passado vivemos essa situação, a partir da renúncia do então presidente do Sinertej, Messias Carvalho. Foi com muita pressão e atos públicos que conseguimos um dirigente patronal para fechar as negociações, já quase no Natal. Este ano, o mesmo dilema. Não tem cabimento”, lamentou a presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, Caroline Rejane Santos.
“Vamos ter que reagir. Não dá pra esperar novamente até o Natal”, afirmou.
Radicalizar
Bastante irritado com o quadro de deserção no sindicato patronal, que vem impossibilitado o início das negociações coletivas, o presidente do Sindicato dos Radialistas, Antônio Fernando Cabral, foi enfático.
“O momento é de radicalizar. Não há mais o que esperar. Vamos chamar as categorias, pedir o apoio da CUT, da CTB e de outros sindicatos pra fazer um grande ato público, colocando toda a nossa indignação com essa situação e mostrando pra sociedade quem são os patrões que se negam a negociar com os trabalhadores. Eles têm nomes, e vamos estar colocando o de cada um publicamente”, disse Cabral.
Ainda segundo o dirigente, os sindicatos estarão tomando uma medida jurídica no sentido de buscar resguardar os direitos dos trabalhadores jornalistas e radialistas.
“Vamos entrar com uma ação na Justiça do Trabalho pedindo a prorrogação da atual Convenção Coletiva, que vence dia 1º de maio, como medida protetiva para garantir os direitos já conquistados pelas categorias até que os patrões resolvam negociar nova convenção”, explicou Fernando Cabral.