A presidente da República, Dilma Rousseff, participou de uma solenidade de assinatura da renovação do contrato de arrendamento entre a Petrobras e a Vale que possibilitará o início da execução do Projeto Carnalita, que será realizado no canteiro da Vale, no início da tarde desta segunda-feira (23) no município de Rosário do Catete, localizado a 37 km de Aracaju. A solenidade foi realizada na sede da Vale.
“Um país que tem potássio, que tem tecnologia para transformar carnalita em potássio, não pode depender da forma como dependemos em 90% para o uso do potássio de países do exterior.
[Com o projeto] podemos cada vez mais ser mais produtivos e mais competitivos e barateando o custo da nossa produção. Barateando para quem? Para a mesa do povo”, afirmou Dilma.
O projeto consiste na extração da carnalita para produção de potássio, indispensável na composição de fertilizantes. Com a assinatura do contrato entre a Vale (produtora) e a Petrobras (dona da jazida que será arrendada para a exploração da carnalita), os investimentos podem chegar a US$ 4 bilhões.
O governador de Sergipe Marcelo Déda trabalhava há cinco anos para que a Vale e a Petrobras chegassem a um acordo entendendo a importância da exploração do minério para a economia do Estado e para impulsionar a cadeia produtiva de fertilizantes do país. “Trabalhamos junto ao Governo Federal para pôr fim ao imbróglio entre as duas empresas, sempre conduzindo reuniões entre ambas as empresas. Dilma entendeu que este projeto era bom para Sergipe, mas era indispensável para o Brasil porque aumentará a produção de potássio e aumentará a segurança do agronegócio brasileiro, reduzindo a dependência do fertilizante importado. Além de gerar oportunidades de novos negócios na cadeia produtiva de fertilizantes e consequente geração de novos empregos”, explica.
Segundo o presidente da Vale, Murilo Ferreira, o Brasil importa 70% dos fertilizantes que consome e 90% do potássio. “A oferta de potássio vem crescendo, mas não consegue acompanhar o ritmo de crescimento do consumo”, disse Ferreira. Com o projeto Carnalita, a Vale prevê duplicar a quantidade de potássio produzida no país, passando a 1,2 milhões de toneladas ao ano.
Ainda de acordo com Ferreira, o projeto vai criar 4 mil empregos diretos na fase de construção e outros 700 diretos durante a operação.
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, destacou a importância da parceria entre a petroleira e a Vale. “Tenho certeza que esse é apenas um projeto daqueles vários que vamos fazer nos próximos anos”, afirmou. “[Com o Carnalita], Sergipe passa a ser um dos estados de maior consumo de gás do Brasil”.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, discursou no evento e disse que Vale e Petrobras precisam ajudar o governo para o crescimento da produção de fertilizante, produto feito a partir do potássio.
“Nós temos ainda um estoque de terras agricultáveis considerável, mas não podemos avançar nele repentinamente para produzir os grãos. Precisamos aumentar a produtividade, mas sem fertilizantes essa produtividade não se alcançará. Seria, portanto, uma estratégica quimérica, tentativa apenas. Precisamos que a Vale se junte a Petrobras, ao governo brasileiro como um todo […], para que este objetivo seja alcançado e alcançado o mais depressa possível”.
Por volta das 15h, a presidente vai se reunir com governadores de estados do Nordeste atingidos pela seca e deverá anunciar medidas de ajuda do governo federal. O encontro será realizado do Palácio Museu Olímpio Campos. Sergipe tem 18 municípios em situação de emergência devido à estiagem.
Dilma retorna a Brasília no início da noite desta segunda-feira.