As macas ocupam os corredores de uma maternidade na periferia de Aracaju.
Gestantes, mães e recém-nascidos disputam o mesmo espaço.
Grávidas de Sergipe estão enfrentando dificuldades na hora de dar à luz por conta da falta de vagas em maternidades públicas.
Na falta de leitos, o improviso. As macas ocupam os corredores de uma maternidade na periferia de Aracaju. Gestantes, mães e recém-nascidos disputam o mesmo espaço.
“Minha cunhada estava toda sangrando e mandaram ela sair porque tinha outra para entrar”, conta Maria José dos Santos.
Os médicos dizem que é difícil trabalhar nessas condições. “Está faltando material para cortar, para plissar o cordão umbilical da criança”, lista o médico Alberto Moura.
Na semana passada encontramos a dona de casa Tamires Vajão no oitavo mês de gravidez. A bolsa tinha rompido havia dois dias e mesmo assim ela teve que voltar para casa.
“Mandaram voltar para casa porque disse que está cheio, para eu não ficar numa cadeira esperando até amanhã para fazer a cesariana”, conta.
Tamires só teve o bebê dois dias depois, quando finalmente conseguiu um leito.
Uma maternidade deveria atender apenas gestantes de alto risco, com algum tipo de complicação, mas por causa da deficiência em outras unidades, partos de baixo e médio risco também são feitos; representam mais de 60% dos atendimentos.
Enquanto as grávidas esperam por um leito, a reforma em uma maternidade no município de Nossa Senhora do Socorro, na região metropolitana, já dura três anos. Ao todo, 250 gestantes deixam de ser atendidas por mês.
O aviso do porteiro de que a pediatria está fechada contrasta com os leitos novinhos em folha em outra maternidade, na Zona Oeste de Aracaju. O prédio construído para ampliar o atendimento foi inaugurado em novembro de 2011. Mas, sem verbas, nunca funcionou. O credenciamento junto ao Ministério da Saúde ainda está em análise, segundo a Secretaria de Saúde de Sergipe. No local, 30 partos poderiam ser realizados por dia.
“Até o momento não temos ideia de quando vamos colocar para funcionar”, diz o administrador do hospital, Douglas Rosendo.
O secretário de Saúde de Sergipe, Antonio Carlos Guimarães, diz que até julho será implantada uma rede de apoio à gestante.
“Isso vai ajudar muito, vai significar recurso novo e vai significar processo de trabalho na assistência, como na regulação da gestante”, conclui o secretário.
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