Produtoras de vídeo e áudio, agências de publicidade, além de empresas gráficas e prestadores de serviço podem se dar bem
Produtoras de vídeo e áudio, agências de publicidade, de marketing eleitoral e de divulgação, empresas de eventos, gráficas e prestadoras de serviços de internet já se preparam para abocanhar uma parte dos R$ 6 bilhões que os partidos e candidatos devem gastar neste ano durante a campanha eleitoral municipal no País. No total, o pleito deve movimentar cerca de R$ 13 bilhões, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“O Brasil tem mais de cinco mil municípios. Serão eleitos 5.565 prefeitos e 57.748 vereadores, o que equivale a quase meio milhão de candidatos. São números fantásticos”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Fabio Arruda Mortara. Em sua opinião, as eleições locais são as mais importantes para o segmento. “Nossa estimativa é de que a indústria gráfica, que movimenta R$ 30 bilhões, tenha aumento de 15% nas demandas.”
Segundo Mortara, o acréscimo só não é maior porque nos grandes centros os impressos têm menos alcance do que outras mídias. “No interior, esse material tem importância muito maior do que na metrópole.” Para evitar problemas na hora do recebimento, Mortara recomenda:. “É bom avaliar o cadastro do cliente e vincular a entrega do material com o pagamento.”
Atuando no mercado de marketing político desde 2004, o diretor da Produzvideo.com e Audiofive.com, Fernando Pinheiro, afirma que nesse período as demandas crescem 1000%.
“Em ano eleitoral o trabalho aumenta absurdamente e nos tornamos uma grande empresa. Contratamos cerca de 200 profissionais terceirizados e sublocamos outras estruturas, onde montamos mais estúdios para darmos conta do trabalho.”
Pinheiro diz que fora do período eleitoral suas empresas operam com 20 colaboradores. O empresário conta que registrou o domínio campanhaeleitoral2012.com.br e que o número de acessos ao site de mesmo nome tem em torno de 700 acessos diários.
De olho nos bilhões de reais que serão desembolsados pelos políticos, Pinheiro inovou criando estúdios móveis. “Montamos duas estruturas móveis que percorrerão o País produzindo material de campanha de alta qualidade para candidatos que não têm acesso às produtoras.” Essas unidades têm toda estrutura de produção com estúdio para gravar jingle e tirar fotos.
Segundo Pinheiro, o pacote básico de serviços inclui foto oficial de campanha, jingle, vídeo que pode ser veiculado tanto na TV, como na internet, e a criação de um site do candidato. O preço desse pacote pode variar de R$ 15 mil a R$ 150 mil.
Para o empresário, a campanha deste ano será impar. “Ela será histórica, porque em 2008 o Facebook não tinha a penetração que tem hoje e mal usávamos o YouTube. Acredito que muitos candidatos serão eleitos com a força da publicidade na internet.”
Apostando na influência da rede nestas eleições, a Área Comunicação fechou parceria com a Interagentes e com a Publisher Brasil para oferecer aos candidatos soluções digitais na internet, com foco nas redes sociais. O diretor de comunicação da empresa, José Antonio do Santos Pereira, afirma que hoje, com um bom trabalho na rede, é possível influenciar até 1/4 do eleitorado. “O que pode ser determinante para uma eleição”, acredita.
O diretor explica que a parceria é uma estratégia para potencializar o trabalho das três empresas, consideradas de pequeno porte. “A Área irá contribuir com sua expertise no atendimento a clientes públicos, somada à força da Publisher na produção de conteúdo e à experiência da Interagentes no desenvolvimento de estratégias de rede.”
Segundo Pereira, uma campanha digital é muito mais do que produzir um site bonito e criar um perfil social. “É preciso falar a linguagem das redes e transmitir conteúdo adequado ao público certo. Vamos monitorar a audiência, identificar tendências e propor ações que viabilizem as propostas dos candidatos, criando condições reais de fidelização do eleitorado.”
A proposta da Área é criar um palanque digital, onde será possível mobilizar a militância, realizar rápida transmissão de conteúdo e manter maior interação entre o candidato e o eleitorado.
CRIS OLIVETTI, OPORTUNIDADES – Agência Estadão