O deputado petista Rogério Carvalho, venceu neste final de semana, a deputada estadual Ana Lúcia, e se tornou o pré-candidato petista para a eleição de Aracaju, capital sergipana. Com a ajuda das lideranças de seu partido, notadamente o governador Marcelo Déda, ele precisa agora convencer os demais partidos da base aliada de que tem condições de manter a capital sob o seu comando. “O que precisamos é aprofundar os debates nas áreas que estão indo bem e apresentar um projeto de governo nas áreas que temos dificuldades. Esse caminho, a meu ver, é mais moderno, não joga fora experiências bem-sucedidas”, disse, em entrevista ao jornalista Marcelo Osakabe.
Como estão as conversas com outros partidos?
Estamos iniciando as conversas com os demais partidos. Tanto na base aliada do governo como da prefeitura, temos PMDB, PSB, PCdoB, PRT, PHS, PSDC, PRP e PDT.
Para lançar apenas um candidato da base, o PT pode abrir mão da cabeça de chapa?
Olha, trabalharemos agora para convencer os aliados de que temos condição de liderar a coligação para disputar a prefeitura. Para isso, contamos com a ajuda das nossas lideranças. Queremos unificar a base para ter uma performance mais segura. Mas isso dependerá muito da viabilidade dos pré-candidatos.
O senhor aceitaria ser vice?
O PT tem pré-candidato a prefeito. Agora que decidimos pelo nome do partido, vamos começar as discussões sobre quem serão os nomes que podem compor a chapa.
O que falta fazer em Aracaju?
A população da capital cresceu em torno de 20% nos últimos doze anos, então temos alguns grandes desafios. Na Educação, precisamos criar mais vagas para o ensino fundamental, aumentar o número de escolas em tempo integral e dar continuidade ao programa de modernização das escolas. Na saúde, precisamos de ampliação de hospitais e dar mais atenção ao centro de diagnóstico. A questão dos resíduos sólidos precisa ser resolvida com um novo aterro sanitário e queremos obras para chegar a 100% de atendimento na rede de saneamento. Hoje, com as obras em andamento, o índice chega a 67%. A mobilidade urbana é um grande problema da cidade. Como em todas as capitais. A cidade necessita repensar essa área, criar um novo modal de integração com a região metropolitana, seja um VLT (veículo leve sobre trilhos) ou vias expressas. É muito grande o fluxo de intermunicipais que deságuam na capital, isso precisa ser reconsiderado.
O senhor já constrói seu plano de governo?
O partido fez alguns debates durante as prévias. Agora, pretendemos levar a discussão às diversas regiões da cidade, procurar aquilo que possa ser incorporado ao projeto. Queremos mais mecanismos de governança na cidade, mais participação do cidadão. A forma que os governos se organizam nesse momento distancia demais a sociedade, produz desconfiança no eleitor.
Como será defender a gestão do prefeito, que tem baixos índices de aprovação?
Acho que temos que ter muita maturidade para discutir a qualidade no governo. O que precisamos é aprofundar os debates nas áreas que estão indo bem e apresentar um projeto de governo nas áreas que temos dificuldades. Esse caminho, a meu ver, é mais moderno, não joga fora experiências bem-sucedidas, como no saneamento, no desfavelamento, na educação.