A emoção provocada pela data e a constatação de que este 17 de março será o último aniversário de Aracaju tendo o prefeito Edvaldo Nogueira como anfitrião, levaram o governador Marcelo Déda a quebrar o protocolo e fazer o uso da palavra na tradicional homenagem ao fundador da capital sergipana, Ignácio Barbosa. O ato ocorreu ao final da manhã, na Praça do Mini-Golf, onde está localizado o obelisco que remete à memória do homem que transferiu a sede da antiga província de São Cristóvão para Aracaju, em 1855.
Segundo Déda, nos últimos anos em que participou na solenidade, sua intenção foi a de não se pronunciar por entender que a festa é da cidade, da prefeitura, mas alguns motivos o levaram a discursar desta vez. “Primeiro porque nunca é demais saudar nossa capital, nunca são excessivos os elogios que dediquemos à gente aracajuana, nunca sobrarão as homenagens que possamos fazer à figura de Ignácio Barbosa. A emoção de saudar Aracaju, cumprimentar a sua gente e lembrar o seu fundador, por si só, já justificariam uma quebra de protocolo”, ressaltou Déda.
Mas o principal fator que o fez registrar o momento foi a lembrança de que este é o derradeiro 17 de março da atual gestão municipal. “Hoje, eu fiquei emocionado e quebrei o protocolo para registrar o trabalho competente, o trabalho consequente, a devoção de Edvaldo Nogueira à cidade, e registrar um fato que é histórico: Edvaldo Nogueira é o cidadão aracajuano que mais tempo permaneceu na Prefeitura. Ou como prefeito ou vice, já são 12 anos que ele dá a sua contribuição para a capital”, comentou o governador.
Ao discursar, Déda enalteceu o crescimento da capital sergipana, que nos últimos anos tem visto sua qualidade de vida ser elevada de forma expressiva. “Nessa hora, é preciso que a cidade reflita, olhe para si própria, que o cidadão deixe que o seu coração e os seus olhos se ponham sobre esse sítio onde Ignácio plantou essa cidade e vejam a cidade que nós construímos juntos: cidadãos e governo. Vejam a beleza de Aracaju, o impacto provocado nos olhos e no coração de quem nos visita”, afirmou Déda, acrescentando que o prefeito Edvaldo Nogueira deixará uma cidade “mais bela e mais desenvolvida”.
De acordo com o chefe do executivo estadual, o aracajuano é um sergipano que traz dentro de si todos os sergipanos. “Aracaju foi povoado há 157 anos, portanto, não há um único aracajuano que não tenha suas origens no interior ou nas fronteiras além do Brasil e do mundo; Aracaju é a prova do talento do sergipano, é a demonstração histórica da capacidade de superar desafios e de inventar futuros e de sonhar realidades novas e melhores para o povo sergipano”, concluiu Déda.
Já o prefeito Edvaldo Nogueira se disse honrado com as palavras do governador e assegurou que irá continuar se dedicando à capital sergipana. “Essa solenidade sempre me emociona, todos os anos, desde quando era vice-prefeito e agora como prefeito. Aracaju é uma dádiva, uma cidade maravilhosa, uma cidade construída pela força de sua gente, que chega aos 157 anos melhor que a grande maioria das cidades brasileiras. Uma cidade limpa, linda, organizada, e com um povo extraordinariamente acolhedor”, destacou.
Solenidade
A cerimônia teve início com o hasteamento das bandeiras de Aracaju, de Sergipe, do Brasil e do Mercosul ao som do Hino Nacional, executado pela banda de música do 28º Batalhão de Caçadores. Em seguida, o prefeito e o governador receberam do tenista sergipano Victor Maynard a tocha que ascendeu a pira em homenagem ao fundador da cidade. Na sequência, eles ainda depositaram flores no obelisco antes do toque de silêncio seguido de uma salva de tiros executado pelo Polícia Militar.
Conforme Déda, todos os sergipanos, em especial os aracajuanos, devem homenagear Ignácio Barbosa “nesta data e em todos os dias, pelo descortínio, pela visão estratégica, pela valentia e pela coragem que devem inspirar a ação de cada governante”, colocou.
Ignácio Barbosa
Nascido no Rio de Janeiro, Ignácio Joaquim Barbosa (1821 – 1855) presidiu a província de Sergipe de 1853 a 1855, ano em que elevou o Povoado do Santo Antônio do Aracaju à categoria de cidade de Aracaju, transferindo a capital de São Cristóvão para a região portuária do rio Sergipe. A cidade foi planejada em forma de tabuleiro de xadrez pelo engenheiro José Basílio Pirro e, desde então, transformou-se na sede política, administrativa e comercial do Estado.
Agência Sergipe de Notícias